sexta-feira, 26 de junho de 2009

O que fazer? Responda-me se for capaz!

“A História é um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo”. Napoleão Bonaparte Hoje, vou tentar ser o mais breve e o mais objetivo possível. Não falarei com base nas exaustivas pesquisas que costumam fundamentar minhas opiniões. Acho até que um dia já toquei no assunto. Mas não me darei ao trabalho de remover meus arquivos. Move-me a repercussão das minhas últimas colunas, sobretudo a que fala do Senado. Nesta, defendo o parlamento unicameral, com o fim do Senado, que se transformou numa Câmara Paralela e perdeu seu caráter revisor e moderador. Porque ele também legisla. Isso detalharei em breve. Veio-me então a “pergunta que não quer calar”: O QUE FAZER? Escrevo, felizmente, para um universo de parceiros cuja marca essencial é a DIVERSIDADE DE OPINIÕES E REAÇÕES. Dependendo da coluna, uma área de opinião se manifesta. Mas há uma coisa em comum: quem se dá ao trabalho de ler minhas colunas não o faz por acaso. Quem costuma repassá-las age como se a endossasse. Quem publica em seus blogs, da mesma forma. Quando pergunto o que fazer é porque temo OS LIMITES DA INTERNET. Como tudo no processo histórico, o que traz o bem vem com o seu contrário. Não precisa ser dialético para pensar assim. A INTERNET abriu um horizonte sem fim para todos. Recebo muitas opiniões – próprias e repassadas. Alguns parceiros são férteis mais da conta. Imagino que têm muito tempo para pesquisar e mandar informações e outros tipos de e-mails. E que acreditam piamente na fortaleza desse novo e ágil modo de repassar idéias, sentimentos e reflexões. Meu medo é que alguns considerem o uso da INTERNET a única atitude a tomar. Repassam abaixo-assinados, recortam jornais, reproduzem manifestações, noticiam acontecimentos. Porém, desculpe se estou equivocado, não fazem mais do que isso. Sabem que os podres poderes estão nas mãos do que há de pior, ao ponto da maioria do povo já não considerar a democracia tão indispensável assim. Sabem que estão nos roubando, nos espoliando e tornando nossas vidas mais sacrificadas. E quem mete a mão não é apenas o político: você começa a ser roubado no seu condomínio, já disse isso aqui. Sabem que vivemos sob o signo da hipocrisia. Os grandes beneficiários dessa permissividade moral são os mais poderosos: Não temem a violência, porque podem blindar seus carros, fortificar suas residências e contratar seguranças. Não temem as crises, porque guardam seus planos alternativos. Mesmo quando suas empresas vão à lona, o deles está garantido. Ontem mesmo, li no GLOBO: Bancos recebem 10 vezes mais que país pobre Em 1 ano, socorro a instituições somou US$ 18 trilhões. Nações em desenvolvimento tiveram US$ 2 trilhões em 49 anos. Há em comum, também, entre os leitores e parceiros, o sentimento de INDIGNAÇÃO, o que me faz um cultivador de esperanças. No entanto, o sistema consegue confundir as pessoas, canalizando esse sentimento para alvos artificiais. Consegue, por exemplo, que o cidadão indignado considere virar as costas para a política, criminalizar a vida pública, como a atitude mais coerente, mais pura, mais decente. Com isso, abre mão de sua cidadania, de suas armas constitucionais, e deixa que a política seja monopólio dos canalhas. Claro, ninguém agüenta mais tanta metamorfose. No palanque, fora do poder, o cara é uma fera. Quando chega lá, deixa o dito pelo não dito, recorre a uns truques que o poder disponibiliza e vai fazer o mesmo, ou pior, do que aqueles que criticava. Mas por que isso acontece? Uma coisa é certa: somos um povo assumidamente despolitizado e vulneravelmente desmobilizado. É mentira dizer que há uma “sociedade civil organizada”. E por que só civil? O militar não é um cidadão, não paga impostos? Por que civis e militares cultivam diferenças de ofício, quando o que pode nos unir e nos separar é a visão que temos da Pátria e da sociedade? Essa reflexão se aplica aos que se deixam inflamar por preconceitos. Agem e se posicionam sob a bitola da miopia: os seus favoritos estão sempre certos, suas idéias são sempre as únicas palatáveis, suas palavras são incontestáveis. Conceitos opostos emitem sobre seus contrários, como se cada um de nós fizesse parte de uma religião sagrada na intolerância, de uma seita estruturada no ódio, de uma torcida petrificada pela paixão. A sociedade dos DONOS DA VERDADE ganhou dimensões planetárias com a INTERNET. Para cada resposta que recebo a uma coluna de opinião, vêm 20 e-mails com outras manifestações, a mairia sobre outros assuntos. Chegamos ao fundo do poço em matéria de raciocínio e pensamento. A tirania da fatalidade nos imobilizou. Pessoas honestas e inteligentes renderam-se ao maniqueísmo urdido pelo sistema. Mesmo que você tenha que escolher entre o “diabo e o coisa ruim”, você não consegue ver outra alternativa, pelo menos para hoje. É como se a (má) sorte estivesse lançada. Advertem-me que 2010 bate à porta. Não há como escolher fora dos protagonistas postos, dos grupos e dos interesses cristalizados. É pegar ou largar. Pensar numa TERCEIRA VIA, numa alternativa diferente, pensar em quem não ocupou os espaços do poder e da máquina midiática seria inútil. Não há mais tempo. Não há como amalgamar as indignações justas: somos um rebanho de desgarrados e pt saudações, dizem-me a toda hora. Será isso mesmo? Se a INTERNET rompeu todas as barreiras, se podemos chegar em segundos a qualquer ponto do planeta, se cada dia mais pessoas se familiarizam com esse tipo de comunicação, terão razão realmente os fatalistas? Não sou pretensioso, não sou mais criança, não me alimento de utopias, mas, sinceramente, EU ACHO QUE NÃO. Como sempre digo, UM DIA A CASA CAI. Não é só questão de estômago. É de cérebro mesmo. Não é necessário engolir “o sapo barbudo” e seus miquinhos amestrados só para não deixar que o tucanato volte para fazer pior. Até porque, insisto, não há a mais tênue diferença na essência de ambos os governos. Mudaram os figurinos, mas os mesmos donos do mundo continuam donos dos nossos destinos, tratando primeiro de seus mesquinhos interesses e jogando sujo para permanecerem por cima da carne seca, segundo as práticas comuns a todos os profissionais da política: ganhar, permanecer no poder ou a ele retornar. Como ninguém é insubstituível, da mesma forma, ninguém é invencível. Há bem pouco tempo, ninguém poderia imaginar que um negro, por mais “assimilado” que fosse, assumiria a Presidência dos Estados Unidos. Nem que um “ índio cocalero” triunfasse na Bolívia ou que um economista de um mini-partido vencesse as eleições presidenciais no Equador, enfrentando o homem mais rico do país. Até mesmo na Europa, de tradição partidária enraizada, novas forças estão surgindo, como na Inglaterra, e passando para trás cabeças coroadas do Partido Trabalhista e dos Conservadores. O grande problema entre nós brasileiros é o vício do caminho curto, aquele que esta ao alcance do seu nariz. Esse vício é próprio dos derrotistas. E tão nefasto que embaça o horizonte possível. Quando entrega os pontos antes de lutar, o cidadão pode estar abrindo mão de uma vitória possível. A historia do Brasil é rica no ensinamento de que QUERER É PODER, apesar da grande maioria estar anestesiada por qualquer coisa que compense.Por todo o Século XX (e até antes) as mudanças bruscas ocorreram sem traumas, muito mais pelo desgaste dos governantes do que pela capacidade operacional dos opositores. Ou você acha que foi preciso um arsenal para a Proclamação da República, o triunfo da Revolução de 30, o Estado Novo, a volta constitucional de 1945, a quartelada de 1964 e a volta do regime “democrático”, na década de 80? Hoje, diante de um deserto de homens e idéias, corremos o risco de cair num vazio, sofrendo conseqüências dramáticas dessa passividade até mesmo na própria célula familiar: outro dia, uma professora muito inteligente comentou comigo: sou da última geração em que os filhos obedeciam aos pais e da primeira em que os pais obedecem aos filhos. Podemos estar à beira do sepulcro de uma democracia que ainda não disse a que veio, da falência da sociedade humana, submergida no lamaçal que inunda o país como uma onda de dejetos paralisantes. Essa inércia pode abrir caminho à aventura, que só não acontece porque estamos TODOS IMOBILIZADOS, a começar por essa juventude perigosamente alienada e exposta a outros tipos de apelos “contestatórios”. Eu pensava que ia escrever pouco, mas escrevi muito. E poderia continuar. Mas vou parando por aqui, na ESPERANÇA DE QUE VOCÊ TAMBEM SE MANIFESTE, DIGA O QUE PENSA, diga ate se acha que estou DELIRANDO. Mas, por tudo quanto lhe é sagrado, fale alguma coisa, qualquer coisa. Diga que podemos fazer algo. Diga que você está vivo. Ou então CALE-SE PARA SEMPRE. coluna@pedroporfirio.com

4 comentários:

Ricardoi Faria disse...

Blz, amigo Pedro Porfírio - vai para a sua página no vejosaojose.
abs
ricardo faria

Marilda Oliveira disse...

Pedro Porfírio, realmente a mídia sionista manipulou a juventude de tal forma que não generalizando, grande parte da sociedade os filhos tratam os pais como verdadeiros escravos;
O Ensino no Brasil foi podado; -tiraram do ensino didático: educação moral,social e cívica, filosofia, educação física, versos concursos de poesias, todas estas matérias traziam para o jovem afinidade para lidar com o próximo. O que o Brasil está fazendo; - além da falta de escolas, falta de segurança nas escolas, O Estado SP distribui uma revista para os professores e alunos chamada Revista Nova Escola impressa pela Abril com sérias e preocupantes advertências das mães sobre conteúdo de sexo, impróprios para os jovens além de mal escritas , geográficamente faltando países nos mapas.Pelo que eu lí, um dos responsáveis didáticos desta revista é o tão comentado no momento ántropólogo Edgard Morin que os jovens se reunem em volta dele apaixonados pela sua voz branda e terna. Ele não fala difícil faz um embrolho de português com Latin para confundir, dando uma de grande intelectual;- fiz um breve relato sobre sua figura e lhe passo por e-mail.
Eles sabem que a solução para melhorar o ensino no Brasil é remunerar melhor os professores diminuir os alunos em sala de aula, oferecer aos professores treinamento e cursos extracurriculares além de manter pisicólogos para analisar analisar as crianças com dificuldades no aprendizado orientando os professores na conduta. Lhe pergunto? para que Edgard Morin? está sendo mantido pela Fiesp, pela Braken, pelo Grupo Civita "Abril" e os jovens cada vez mais biônicos sem iniciativa própria! o Governo não vê isso? ou é contrapartida com a mídia sionista?

Anônimo disse...

pq nao entra na campanha ???

vamos agir : voto nulo para acabar com a manipulação.vote 0000 e tire esses do poder.

Unknown disse...

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