sexta-feira, 26 de outubro de 2007

CONSUMO DE DROGAS E EXECUÇÕES EM FAVELAS (OU PORQUE A CLASSE MÉDIA APÓIA AS EXECUÇÕES POLICIAIS)


"É o jovem de elite, com acesso a estudo, boa moradia e melhores condições de vida, o maior consumidor. É preciso que o estado elabore políticas urgentes para combater o problema, porque atualmente dá-se muita atenção à oferta de drogas e não ao consumidor."
Professor Marcelo Neri, coordenador da pesquisa "O Estado da juventude: Drogas, prisões e acidentes"


Jovens universitários da classe alta brasileira são os que mais consomem drogas no País। É o que revela uma pesquisa analítica coordenada por Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas: de 182 mil pessoas ouvidas, 72,54% declararam que fazem uso de maconha, cocaína e lança-perfume। Esse grupo relatou gastar, em média, R$ 75 por mês com drogas। Os usuários pertencem às classes A/B, com renda superior a 45 salários mínimos। A grande maioria deles é branca (85,1%), católica (88,3%) e tem filhos (80,46%).
As revelações contidas nessa pesquisa foram apresentadas oficialmente pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no seminário Desafios da Gestão Pública de Segurança. Elas falam por si. Mas servem, sobretudo, para explicar a falência moral da família burguesa e o apoio incondicional às execuções policiais, realizadas seletivamente longe da Zona Sul, como admitiu, nesse mesmo seminário, o secretário de Segurança José Mariano Beltrame.
A pesquisa sobre o perfil do consumidor de drogas da FGV não foi contestada por ninguém, embora contrarie não apenas o ambiente de hipocrisia que monitora uma sociedade perdida em seus próprios sonhos mesquinhos, além de contrastar com a prática। Como lembrou o repórter Francisco Edson Alves, ao assinar a matéria a respeito no jornal "O Dia", "quem vai para trás das grades são negros, pobres e analfabetos".

Jovens ricos e sem rumo

Trato desse assunto com certa amargura e uma boa dose de revolta. Moro num lugar outrora a salvo de tais situações, onde uma classe média de nariz empinado paga uma baba para manter todos os acessos sob controle de uma empresa de segurança. E, no entanto, o meu vizinho mais próximo teve que se mudar há uns quatro anos diante da absoluta impossibilidade de resolver o ímpeto de consumo de droga do seu filho, então matriculado numa faculdade de comunicação social.
O lugar onde moro, aliás, é colado a um morro onde os moradores, organizados sabe Deus como, não permitem bocas de fumo em seu interior. Nem traficantes, nem bandidos de nenhuma espécie. No entanto, minha família teve uma vez o desprazer de presenciar uma cena emblemática: como perdera o controle do filho, o vizinho chamou a polícia para prender o fornecedor, que entregava a droga a domicílio.
Ao ver o seu fornecedor sendo preso, o viciado pulou o muro de casa e foi se atracar com os policiais, aos gritos de que se alguém tinha de ser preso deveria ser ele, porque fora sua a iniciativa de encomendar a cocaína. A gritaria foi seguida de pernadas e pescoções, que sobraram para o próprio pai, envergonhado com tudo aquilo. Como o rapaz estava alucinado, acabou tudo como se nada houvesse acontecido.
Conto a história sem constrangimento porque ela repercutiu como um aluvião por todo o condomínio. Mais grave, no entanto, foi saber que havia outros 6 locais onde os traficantes chegavam de moto ou carro para entregar as drogas aos jovens dali. Houve um esforço da associação de moradores, mas a ação dos seguranças particulares muitas vezes é desmoralizada pelos próprios pais. Uma certa vez, um conhecido humorista de TV peitou os funcionários, demonstrando ele mesmo ser um viciado.
Agora, a pesquisa coordenada pelo professor Marcelo Neri está aí, na sua cara, tal, como aliás, diz o oficial do Bope, do "Tropa de elite", que estudava direito numa tradicional faculdade particular: ele desabafa com toda razão, ao lembrar, como é óbvio, que não haveria tráfico se não houvesse consumo. Vale aqui o depoimento de Pedro Dória em seu blog: "Em `Tropa de elite' há uma acusação explícita que a classe média carioca, principalmente os jovens universitários - e fui um destes um dia -, não gosta de ouvir. Eles financiam o tráfico".
Como está dominado pela idéia de que o povo ruma para onde ruma a classe média e convencido de que esta quer ver o circo pegar fogo nas favelas e comunidades pobres, o governador Sérgio Cabral não vai nem ler essa pesquisa sobre consumidores de droga, que pode ser encontrada na internet no http://www3.fgv.br/ibrecps/EDJ/index.htm
Guerra de bodes expiatórios

Não vai porque ele já caiu na sua própria esparrela e deve estar orgulhoso dos números sobre execuções policiais, ainda mais que, como disse o doutor Beltrame, "um tiro em Copacabana é uma coisa. Na favela da Coréia é outra". Afinal, são 696 executados em apenas seis meses, fazendo inveja aos tempos do general Cerqueira, quando o Estado pagava a "gratificação faroeste".
Para Sérgio Cabral, "guerra é guerra". E como declarou guerra, vale tudo. Isso implica, por exemplo, na tolerância com as "milícias" e com seguranças particulares ilegais, que já somam o triplo dos efetivos do Estado. Afinal, em todas essas "tropas auxiliares" há policiais, como o inspetor que foi morto numa cilada cinematográfica: o então todo-poderoso de uma das maiores favelas do Rio de Janeiro fora lotado no gabinete do chefe de polícia.
Você pode dizer que os filhinhos de papai - e muitos que nem pai têm - são induzidos ao consumo por traficantes implacáveis. Mentira. Um dos mais competentes engenheiros da Prefeitura do Rio de Janeiro, hoje na função de secretário municipal num município da Baixada Fluminense, foi criado na favela da Nova Holanda, no Complexo da Maré. Ele e suas cinco irmãs fizeram faculdades e são exemplos para esses jovens, deliberadamente dominados por uma máquina mortífera, que espalhou o vírus da alienação, segundo a teoria de que é jurássico se interessar pelos grandes problemas nacionais e os grandes desafios sociais.
Casais que levam vidas hipócritas, que só pensam em si, que não têm mais certeza de nada, que perderam os próprios referenciais religiosos, que vivem na mais assumida corrida do sucesso pessoal a qualquer preço, são os maiores responsáveis pelos descaminhos dos seus filhos. Impotentes, vibram à execução de cada jovem em guetos como a favela da Coréia. É assim que se compensam pelo fracasso enquanto pais de viciadinhos que não sabem o que fazer de sua juventude cheia de si.
mailto:coluna@pedroporfirio.com

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

APERTEM OS CINTOS. OS NOSSOS PILOTOS ESTÃO SUMINDO




Os comandantes Marcelo Duarte e Elnio Borges, líderes da APVAR, estão no "exílio trabalhista" na China e na Índia.

MINHA COLUNA NA TRIBUNA DA IMPRENSA DE 12 DE OUTUBRO DE 2007

http://www.tribuna.inf.br/porfirio.asp

Se era isso o que queriam, estão conseguindo: nossos pilotos estão sumindo. Falo do plantel mais experiente e mais treinado da aviação comercial brasileira, os formados e provados na mais tradicional companhia de nossa história - a Varig, Varig, Varig.

Esse é um dos mais perversos e mais emblemáticos efeitos da conspiração que pôs a nossa aérea mais tradicional no chão e abriu todos os céus do Brasil para suas concorrentes, inclusive empresas estrangeiras, que ainda vão acabar fazendo vôos domésticos, como já consta de projeto no Senado Federal. Senado, ah, que Senado nós temos: nem nos tempos de Brutus.
Ainda bem que estão conseguindo trabalho, diria você. Trabalho? Isso para mim é exílio puro, sem tirar nem pôr. Exílio "trabalhista", digamos, já que no grande desastre da nossa aviação comercial uma lei que fora corajosamente contestada pelo PDT, transformou os mais elementares direitos trabalhistas em cinzas.

É isso mesmo. Enquanto você fica aí à espera do próximo bote da serpente, ela já picou pelas beiradas, segundo os velhos truques dos mágicos de plantão. A chamada lei de Recuperação de empresas, a 11.101/05, foi uma lança no coração de 60 anos de justiça social.

Graças a tal monstrengo jurídico, uma Vara Empresarial passou a se superpor sobre a Justiça do Trabalho, desconhecendo sem constrangimento até pagamentos de salários atrasados. E, de quebra, para a cristalização de uma perversa impunidade, está contribuindo para o massacre dos aposentados de um fundo de pensão que não cumpre com suas obrigações mínimas, embora seja credor de sua patrocinadora.

Fazendo as malas

Reportei-me ao sumiço dos nossos pilotos, ao saber que ontem o comandante Marcelo Duarte fez as malas e partiu para Hong Kong, onde vai trabalhar numa empresa de aviação comercial de padrão excepcional, a HKE que, por sinal, foi a primeira da Ásia a comprar os modelos E-170 da Em braer.

Vice-presidente da Associação dos Pilotos da Varig, e um dos mais aguerridos líderes da categoria, ele, como seus colegas de entidade, pode ser incluído na lista dos grandes perseguidos políticos de nossos dias. Por conta de sua atuação corajosa, foi demitido em 2002, antes mesmo do trágico e trêfego leilão de 2006 e até hoje não viu a cor de um centavo de suas verbas indenizatórias E SEQUER CONSEGUIU SACAR O FUNDO DE GARANTIA. Quando demitido, era instrutor da mais respeitada e mais bem equipada escola de pilotos da América Latina, da própria empresa.

Mesmo passando o maior sufoco, entregou-se por inteiro à causa dos seus colegas, tendo uma atuação marcante ao lado do deputado Paulo Ramos na CPI da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro que mostrou os interesses sórdidos que levaram à Varig a ser uma miniatura de si mesmo.

Antes deles, outros pilotos pegaram o caminho do exílio desde o leilão que teve como únicos arrematantes os prepostos de um fundo "abutre" de investimento dos Estados Unidos, que já haviam se apoderado da Variglog. Ao todo, estima-se que 450 pilotos já atravessaram a fronteira em busca de uma sobrevivência digna.

Só no Qatar, na península arábica, há MAIS 68 pilotos brasileiros, entre eles o comandante Alexandre Pochain. Nenhum foi para lá atrás de petrodólares. Antes, saíram daqui porque, embora competentíssimos, entraram numa estranha lista da intolerância, vigente nos dias de hoje, apesar de todo esse ambiente dito democrático e de todo esse discurso sobre direitos humanos.

O comandante Elnio Borges, uma das maiores autoridades em aviação civil, que bem poderia estar à frente de uma ANAC, refugiou-se na Índia, fazendo vôos internacionais para a Europa. Para não se distanciar totalmente dos seus colegas, ele, presidente da Associação dos Pilotos da Varig, ainda consegue organizar sua escala de modo a vir uma vez por mês ao Brasil.
Outro grande esteio desse plantel de primeira li nha, o comandante Paulo Calazans, está pilotando na Raynair Airlines, a maior companhia européia de vôos de baixo custo (low cost), com registro na Irlanda.

Melhor "sorte" não teve o comandante Flávio de Souza, ex-presidente da APVAR, que vive como uma espécie de ermitão em São Gabriel - RS . Ele é um dos muitos profissionais que permanecem inteiramente à margem dos "manches".

Pior para os comissários

Essa "diáspora" lembra os tempos da ditadura, em que os grandes cientistas brasileiros, principalmente os da Fundação Oswaldo Cruz, foram compelidos a sair do país, onde contribuíram com seus conhecimentos acumulados em outros centros de excelência.
São faces da mesma moeda e acabam por revelar que o poder discricionário é o mesmo, em qualquer modelo político. Aliás, os riscos de desvirtuamento das democracias já haviam sido detectados desde seus primórdios, nas avaliações de Montesquieu e Rousseau. Em qualque r regime que se preze e que esteja comprometido com os interesses da nação a preservação dos seus quadros profissionais e de sua "inteligência" é uma demonstração de pragmatismo positivo.

Voltando ao desastre da Varig. Se os seus pilotos estão indo para o exílio profissional, o que se diria dos demais profissionais, como mecânicos de vôo, comissários de bordo e aeroviários?
Os comissários são os mais sacrificados. Os mais maduros, com vasta vivência no vôo, são descartados de cara, Se este é o destino trágico de quem perde emprego depois dos quarenta, imagine entre os comissários de bordo.

Entre os mais jovens, a realidade também é adversa. Aproveitando-se da situação de desespero dos profissionais, as companhias brasileiras estão oferecendo salários baixos, equivalentes a 50% do que a Varig pagava.

Como pano de fundo dessa tragédia, as incríveis coincidências. O antigo diretor operacional da Varig, que comandou as demissões do pessoal, era o vice-presidente operacional da TAM na ocasião do acidente que resultou centenas de mortes em Congonhas.Pelo que se consta agora se encontra na TAM MERCOSUL NO PARAGUAI, esperando a poeira abaixar. Seu dedo aparece nos eventuais vetos aos profissionais que se habilitaram à concorrente, que, embora não tenha se equipado devidamente para ocupar o espaço deixado, opera a seu modo, com as conseqüências conhecidas de toda a sociedade brasileira.

Neste momento, só resta chamar à reflexão para um projeto aeronáutico que una os países vizinhos da América Latina, como se esboça no caso do Banco do Sul. Mas esse é tema para outro momento.

domingo, 7 de outubro de 2007

UM RELATO IMPRESSIONANTE SOBRE A CHINA


“Acho curioso como ainda muitos jornalistas insistem em dizer que a China está cheia de mão-de-obra escrava e que os operários trabalham 12 horas por dia. Uma deslavada mentira”.
Norton Cheng, brasileiro com 12 anos de trabalho em Pequim.


No final de setembro, recebi de Claudio Tollendal um relato sobre a China assinado por Norton Seng, um brasileiro que trabalhou com ele em Brasília e passou 12 anos naquele país. De volta a Pequim, este ano, escreveu um texto tão rico em informações que resolvi publicá-lo aqui, com cortes apenas devido ao espaço disponível.
“Voltei à China com o visto de residência (anual) em virtude de ser casado com uma cidadã local. E não importa que os meus filhos tenham nascido aqui, pois o Governo não concede o que conhecemos por “visto permanente” (ainda vou me informar se houve alguma modificação neste ano e meio em que estive ausente do país).
A cidade é cosmopolita não ficando nada a dever às outras grandes capitais do Mundo. Uma cidade com mais de 17 milhões de pessoas (considerando a população flutuante de + ou - 3 milhões de pessoas).
Com imensos e bem cuidados parques, dotados de lagos com pedalinhos e barquinhos para o entretenimento dos visitantes. Suas amplas avenidas cortam a cidade em todas as direções. Um verdadeiro complexo de anéis viários, com serpenteantes elevados que se enovelam, indo em várias direções, o que facilita sobremaneira o intenso tráfego na cidade.
Ostenta prédios modernos, imensos, inteligentes e com tanto luxo, que não temos no Brasil nada que chegue perto da ostentação que aqui vemos.
Os hotéis, em número assustador, são verdadeiros palácios. Os shoppings-centers (maiores do mundo) são verdadeiros templos de consumo. Só para você ter uma idéia, Beijing (Pequim) tem mais de 200 lanchonetes MacDonald's, mais de 80 KFCs (Kentucky Fried Chicken), mais de 30 Starbuck Cafes.
Além da maioria das grifes internacionais, suas ruas estão cheias de carros novos, a maioria deles fabricados na China. As montadoras do mundo estão aqui e que se situam numa faixa de preço que supera os 80 mil reais por unidade. É comuníssimo vermos passando por nós Caiennes, BMWs, Mercedes, Cadillacs, Bentleys, Rav4s, CRVs, Buicks, Hondas Accord, Toyotas Camry. Respira-se no ar a riqueza e temos diante dos olhos uma passarela de exuberância e beleza, que só o desenvolvimento pode mostrar.
Como num passe de mágica (investimento em educação, trabalho, esforço hercúleo e gerenciamento preciso, correto e profissional do governo) hoje vivemos num país onde o cenário monocromático e monótono de antes passou para o brilho incandescente de um fulgurante arco-íris multicolorido. À noite o espetáculo de luzes é feérico. De todas as cores e em tal intensidade que passa a ser desnecessário o ato de se ligar ou não as luzes do carro, pois não se nota nenhuma diferença.
Onde moro atualmente (fora do perímetro urbano) encontram-se algumas fábricas e milhares de lojas e escritórios que cumprem o horário ocidental de trabalho. E nos supermercados e fábricas, que funcionam mais de 8 horas (ou 24 horas ininterruptas, como os hospitais), é adotado o conhecido “turno de trabalho”, onde cada turno não trabalha mais de 8 horas. E, se trabalhar, por vontade própria e interesse do trabalhador, ele percebe horas-extras (procedimento comum até nos nossos bancos).
Enfim, as lendas são muitas sobre este país.
Mas meus mais de 12 anos vivendo aqui me autorizam a dizer o que vi e constatei com os meus próprios olhos e a minha modesta experiência.
Outra brutal distorção é a comparação que fazem os “jornalistas” e “economistas” ao se referirem aos baixos salários chineses. Como? Se os “altos” salários brasileiros são drenados pelo governo e pelas absurdas tarifas que todos pagam, além dos transportes, escolas, material escolar, hospitais, remédios, entre tantos outros itens? Os chineses gastam menos de 1% do que ganham com transporte e remédios.
E além do mais não se pode tomar como base de comparação o salário, pura e simplesmente como esses “doutos” fazem no Brasil e Mundo afora.
Veja um bom exemplo: há poucos dias comprei aqui um filtro (computadorizado) para purificar o ar dentro de casa. No Brasil (em SP) esse mesmo filtro custava 4 mil reais (desisti de comprar). Paguei aqui o equivalente a 800 reais... pode? A bicicleta do meu filho custou o equivalente a 80 reais quando uma similar no Brasil não se compra por menos 700 reais. Pode? E por aí vai... roupas, medicamentos, brinquedos (estes, meu caro, encontram-se por volta de um quinto do que custam no Brasil), entre tantos outros itens.
Por isso, a China cresce astronomicamente. Segredo? Tem governo. Tem gerenciamento. Disciplina. Pena de morte. A prisão é a mesma e todos quebram pedra, fazem sapatos, cintos, plantam e cultivam em presídios agrícolas.
Além disso, o governo adota a política de juros estáveis e baixos (6%) e tarifas que se situam na faixa média de 4%. Por isso, ninguém se sente motivado a sonegar. Sonegar para quê? Além do ridículo do que seria “poupado” o sonegador enfrentaria a Lei (que é severa como devem ser as Leis) e um regime judicial que... funciona. Sim! Que funciona... e funciona rápido. Julgamentos do cidadão-infrator por aqui costumam ser rápidos, quando não sumários.
E assim o país cresce de forma ordeira e continuada. As pessoas andam nas ruas mostrando um semblante de paz com o ambiente, confiança no futuro e muitas estampam um sorriso no rosto.
A China responde com sua moeda estável há mais de 10 anos; com suas reservas (exclusive ouro) de mais de 1 trilhão de dólares (só a reserva chinesa é quase o dobro do PIB brasileiro); crescimento acima de 10% ao ano; e a maior desova anual de cientistas, engenheiros e técnicos do Mundo.
Enfim, os dados são tantos e imensos que eu teria que escrever muito mais (o que estou fazendo em meu livro, que espero concluir dentro de 5 meses). E, finalizando, para os que contradizem, alegando: "mas a China tem 1 bilhão e 380 milhões de pessoas", eu treplico dizendo que há 20 anos a China ocupava a 32ª posição no cenário mundial, e hoje, com seu vertiginoso crescimento e efetiva política governamental, ela, a China, já ocupa a 3ª posição.
O segredo da China, além do investimento em educação e do bom gerenciamento do governo, está em sua extensa, ampla e dominante economia de escala”.
coluna@pedroporfirio.com