domingo, 23 de novembro de 2008

Porque fizeram acordo com o diabo sobrou pra gente

"Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que exércitos armados. Se o povo americano autorizar bancos privados a controlar a emissão de sua moeda, primeiro através da inflação e depois pela deflação, os bancos e as grandes corporações que crescerão em volta deles gradualmente controlarão a vida econômica das pessoas, privando-as de todo o seu patrimônio até o dia em que seus filhos acordem sem-teto, no continente que seus pais e avós conquistaram". Thomas Jefferson, terceiro presidente dos EUA, em carta ao seu secretário do Tesouro, 1802. Não me acanho nem um pouco em afirmar com todas as letras que a espetacularização dessa crise é mais uma solerte tentativa do claudicante sistema capitalista para fazer do limão uma limonada. Esse sistema baseado na lei do mais forte, do mais astuto, da guerra econômica (que chamam de livre concorrência) está respirando por aparelhos. Foi apanhado no contrapé e mexe seus pauzinhos em todas as áreas – principalmente nisso que chamam de mídia – para transferir as contas de suas trapaças mal sucedidas ao Erário Público, isto é, já estão metendo a mão no nosso dinheiro na maior cara de pau. E fim de papo. Nos Estados Unidos, a adorada Meca do capitalismo, os moneychangers se deram mal na aventura de emprestar o que não lhes pertencia a quem não podia pagar, esperando tomar suas casas na baixa para revender numa provável alta que não aconteceu, nem vai acontecer, por erro de cálculo. Desde priscas eras, o banco é a confirmação de que Pierre-Joseph Proudhon não estava bêbado quando em 1840 na Paris efervescente escreveu QU'EST-CE QUE LA PROPRIÉTÉ? para concluir que “toda propriedade é um roubo”. Escravos mansos Aqui e além-mar, onde quer que um seguidor dos Rothschild se instale, prepare-se para ser ESCRAVO MANSO. A extorsão salta aos olhos, desenha-se em aberrações descaradas, como pagar 1% pelo seu dinheiro e emprestar a 12%, mas todo mundo estende o tapete para os banqueiros como se eles fossem “um mal necessário”. Por baixo do pano, a arapuca é mais audaciosa. Como escreveu com competência incontestável o professor Nehemias Gueiros Jr. no seu trabalho “A maior Fraude da História”, a usura falou mais alto e se institucionalizou com carta branca principalmente nos Estados Unidos, onde o corrupto presidente Wilson formalizou em 1913 a criação do banco central privado. “Na medida em que a usura foi se instalando em todas as camadas sociais, os moneychangers foram ficando cada vez mais ousados em suas manipulações financeiras e foi assim que surgiu o famigerado conceito do FRACTIONAL RESERVE LENDING, ou "empréstimo baseado em reserva fracional" ou "empréstimo sem cobertura ou lastro". Embora de enunciado complexo, a prática é muito simples. Significa emprestar mais dinheiro do que se tem em caixa, transformando-se na maior fraude de todos os tempos, principal responsável pela vasta pobreza que assola o mundo até hoje e pela redução sistemática do valor do dinheiro” – escreveu o professor Gueiros. No Brasil, como você sabe, seguindo o exemplo do trêfego antecessor Fernando Henrique Cardoso, o despreparado Luiz Inácio da Silva fez um acordo com o diabo e entregou o Banco Central com poderes divinos a Henrique Meireles, homem do Banco de Boston, isso depois daquele primeiro e vexaminoso encontro com o manda-chuva George Walker Bush, no 12 de dezembro de 2002, antes de sua primeira posse. O nosso BC é o fino da semântica: diz-se estatal, mas não passa de uma poderosa perfuratriz dos banqueiros privados, de onde saem ou para onde vão seus cabecilhas. Entregue ao ex-presidente do BankBoston, que abriu mão de um mandato ganho a peso de ouro nas fileiras tucanas, nossa política monetária fez-se âncora das políticas econômicas e sociais, movendo-se segundo a voz do dono, a cujo destino atrelou-se de olhos fechados. As peripécias do Santander Agora o circo está pegando fogo lá e as chamas chegam até aqui porque, infelizmente, em termos de economia, o Brasil já era. Aliás, já eram todas as nações porque a internacionalização das grandes empresas as impermeabilizou diante dos Estados outrora soberanos. O maior exemplo disso está no pouco caso que o Banco Santander faz de suas obrigações com os aposentados do Banespa, do qual se fez dono naquela festança de privatizações-doações que envolveram o tucanato num monte de negócios estranhos, para os quais os neoliberais de macacão fazem vista grossa em nome desse mesmo acordo com o diabo do que falei há pouco. Essa peripécia do banco espanhol é um escândalo, uma afronta, que, curiosamente, não tem tido nenhuma repercussão na mídia, embora até se cogite de uma CPI no Congresso e embora exista um parecer definitivo da Advocacia Geral do Senado, demonstrando que esse banco não cumpre a Resolução 118/97 daquela casa do Congresso, que garante o respeito aos direitos de todos os quase 15 mil bancários admitidos no Banespa até 1975. Sobre isso, é bom ler os depoimentos de João Américo Genezi Pellini e José Milton de Andrade Marques, publicados no meu blog PORFÍRIO URGENTE Já que estamos falando em acordos com o diabo, os aposentados do Banespa que estão passando pelo mesmo aperto do pessoal do Aerus (Varig, Transbrasil), numa situação agressivamente afrontosa a decisões legais, queixam-se amargamente da excessiva boa vontade do sindicato da categoria com o banco espanhol. Quem sabe do amanhã O que vai acontecer daqui para frente ninguém sabe. Ou melhor, pode ser até que os feiticeiros do Wall Street tenham calculado aonde chegar depois de esvaziarem os cofres públicos para recapitalizar bancos e grandes multinacionais, fartando-se na privatização da grana estatal que falta para matar a fome de milhares de pobres mortais, tidos e havidos como filhos de Deus. Pelo visto, os descendentes dos Rothschild vão continuar por cima da carne seca, inclusive no governo do mulato Barack Obama, uma cálida esperança da plebe rude e dos povos coloniais que parece estar em processo de rendição virtual, tal como aconteceu com o pau-de-arara que hoje habita o Palácio Alvorada seguindo ao pé da letra os ensinamentos do Chacrinha (para quem o quente era confundir). E assim a gente vai levando, ou melhor, vai sendo levada até porque já está na hora das compras de natal e não fica bem esquecer o dia que o filho de Deus veio ao mundo. coluna@pedroporfirio.com Dossiê da Privatização-doação da Vale Recebi detalhado "roteiro da privatização dao CVRD". O documento foi enviado para mim e para outra pessoa na TRIBUNA. Estou analisando com calma, mas desde já percebo o papel impatriótico do sr. Eliezer Batista da Silva, que foi tudo na Vale e até ministro no Governo reformista de João Goulart, sempre a serviço do sr. Augusto Trajano de Azevedo Antunes, da HANNA STEEL CORPORATION, que o cooptou e fez sócio na MBR. Um dos lances mais patéticos nesse depoimento é esse trecho: "Nesta década, a privatização da CVRD foi finalmente completada, de forma direta e simples, com a venda do resto da empresa a preço muito inferior ao seu valor real (sob os protestos impotentes de parte da sociedade, esmagados por violenta barragem de argumentação e publicidade enganosas). Entretanto a natureza viciada desta segunda fase foi exposta claramente ao público em episodio de incrível franqueza, pois em depoimento à CPI dos Correios, o banqueiro Daniel Dantas, não mediu palavras, fazendo estarrecedoras revelações, posteriormente confirmadas em entrevista à jornalista Mirian Leitão (O Globo (22/09/05) onde se lê: ....O Bradesco fez a avaliação da Vale e depois comprou a empresa por meio de uma operação montada por Daniel Dantas. Normalmente quem avalia não pode comprar..... Daniel emitiu debêntures de uma empresa que foram subscritas pelo Bradesco e essa empresa comprou a participação na Vale. Ele ........ consultara o BNDES e o banco nada tinha objetado. Conseqüentemente o Bradesco hoje controla a Vale, da qual Daniel Dantas também é sócio. Assim o destino de uma das maiores empresas de mineração do planeta passou por via subterrânea, criminosa, sob a batuta de notórios operadores, ao controle de uma organização privada, corruptora, e portanto indigna de confiança da nação para incumbir-se da direção da estratégica Vale do Rio Doce. E sem garantia real de manutenção de seu controle pelo Brasil. Justamente quando as reservas minerais aparecem como questão estratégica mundial para o século 21. Pressagiando etapas futuras, a Mitsui do Japão e o JP Morgan (USA), já são detentores de parte do capital da CVRD. E completando o quadro, a nova Vale passou a comprar suas ex-concorrentes, e naturalmente a própria MBR. Seu controle poderá passar ao exterior. O caminho esta livre. Consumou-se assim um dos maiores golpes contra a soberania e o patrimônio público do país, com dezenas de bilhões de dólares doados impunemente a empresas privadas. Golpe diante do qual empalidecem as falcatruas continuamente denunciadas. Digno da crônica das mais atrasadas sociedades do mundo".

3 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Porfíro
Você esta fazendo a sua parte de ajudar-nos a cobrar as autoridades que tem o poder e as condições de resolver a nossa situação,porém a IMPRENSA, não dá a divulgaçaõ que seria necessária,inclusive coloando na mídia, para mostrar e até mesmo entrevistar essas autoridades, que evitam falar na questão e o pior é que as nossas LEIS estão sendo derespeitas relegadas,principalmente, porque envolve aposentados,idosos,e milhares de familias, que dependem dessas soluções e muitas estão privadas até mesmo de assistência saúde.Agora, também surge o caso Banco do Brasil X Nossa Caixa e logo vocês terão notícias de massacre, que dizem que não haverá, mas olhem o nosso aso que já vai para oito anos e ninguém faz nada para solucionar, apesar de várias cobranças.

Anônimo disse...

Jornalista Pedro Porfirio

Você tem toda razão,veja só os lucros dos banqueiros O lucro dos 15 bancos de capital aberto que operam no País superou, pela primeira vez no governo Lula, o resultado de todos os outros setores no terceiro trimestre, segundo levantamento da consultoria Economática. De acordo com os dados, o setor financeiro somou lucro de R$ 6,926 bilhões no período, contra R$ 6,0 bilhões de todas as 201 empresas não-financeiras - sem considerar os resultados das estatais Petrobras e Eletrobrás e da mineradora Vale.

Entre as companhias não-financeiras, o setor mais lucrativo no trimestre passado foi o de Energia Elétrica. Conforme o estudo, 29 empresas de energia com ações na Bolsa registraram lucro combinado de R$ 2,94 bilhões de julho a setembro.

Na ponta oposta ficou o setor de Papel e Celulose, em que sete empresas tiveram juntas um prejuízo de R$ 2,66 bilhões - os resultados das empresas dessa indústria foram prejudicados por expressivas perdas com instrumentos financeiros derivativos, notadamente a Aracruz, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto.

Outros setores que apresentaram prejuízo no terceiro trimestre foram o Químico (com perda de R$ 924 milhões) e o de Alimentos e Bebidas (com R$ 12 milhões), segundo a Economática.

Já entre os destaques positivos ficaram, ao lado do setor elétrico, a indústria de Siderurgia e Metalurgia, com lucro de R$ 1,823 bilhão nos três meses até setembro, e o de Telecomunicações, com ganho de R$ 1,288 bilhão no período.
Mas continuam deresepitando as nossas Leis,prejudicando os idosos e aposentados e o pior convencendo
as nossas autoridades a usarem de artifícios que além de desmolarizar as instituições deixam de defender os cidadãos, que esperam ver as Leis respeitadas.Até quando veremos essas aberrações!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Enquanto existir neste país essa santisma trindade,onde o executivo toma dinheiro do povo na forma de impostos e devide entre os tres poderes parece num processo sem controlen parecendo um Robim Wood, onde o membros dos poderes que nada executa, são formados por mercenarios, com supersalarios bem alem da realidade brasileira somando-se a isso o excesso de funcinario publicos e burocracia que aos poucos vão sufocando aqules que produzem a riqueza do país. Desta forma vejo o país num processo lento de suicidio moral e econimico
coletivo.

coletivo