sábado, 22 de agosto de 2009

A pesquisa do Blog, o potencial de Cristóvan Buarque e a postura do PDT

O resultado da primeira pesquisa presidencial do blog PORFÍRIO LIVRE surpreendeu com o aparecimento do nome do senador Cristóvan Buarque em primeiro lugar, com 23% das indicações.

o resultado da primeira pesquisa impõe uma rápida análise, que espero partilhar com você.
A meu ver, os 30 votos em Cristóvan Buarque resultam de alguns fatores:
1. Sua corajosa e cristalina atuação nessa crise imunda que está decretando a falência do Senado como instituição republicana.
2. O desejo de uma boa parcela do eleitorado de opinião de ter uma alternativa à bipolarização fabricada. No seu caso, trata-se de um professor de consistente experiência tanto no âmbito da Educação – como reitor e ministro – como na gestão governamental, como governador do Distrito Federal e Senador.
3. A necessidade histórica de sustentar um programa de governo baseado na educação pública de qualidade, sem dúvida o maior investimento que se pode fazer em um país de tanto potencial como o nosso.
LEIA MATÉRIA NA ÍNTEGRA EM http://www.porfiriolivre.com/

Sobre a a baixa participação na passeata do "Fora Sarney"

Murillo Cruz*

Eu gostaria de emitir alguns comentários sobre a sua impressão de 'fiasco' da manifestação 'Fora Sarney'.
Eu estou certo de que vc já alcançou os 60 anos; e eu estou igualmente bem próximo deste marco.
Uma outra segunda questão que creio nos aproxima: somos lutadores (incansáveis e honestos), no campo da política, há muitas décadas, e de décadas com características bem diferentes das 'recentes'. E a minha (e a sua) experiencia deveria ser suficiente para nao se surpreender.
Ser surpreendido por fenômenos socioeconômicos é sintoma de ausência de análise completa. É por esta razão que eu não me surpreendi nem um pouco com a diminuta participação - 'na rua' - deste protesto.
Eu ficaria provavelmente surpreendido se existissem milhares neste 'protesto' (estrábico - ver abaixo). E aqui então é que eu gostaria de convidar-lhe a uma reflexão: eu particularmente não concordei com o mote desta manifestação, e conheço muitas pessoas que igualmente não concordam.
Talvez eu possa ser tachado de radical, quica nazi-fascista, etc. (aliás, ao longo de minha longa militância eu já fui identificado com quase todos os ismos possíveis !) ... mas o fato incontestável é que a limpeza daquele antro de delinquentes - senado, câmara, e outras casas de tolerância semelhantes - não passa pela retirada - pura e simples - de apenas um dos delinquentes.
Aliás, sempre foi esta a estratégia dos democratas ... 'alguma coisa tem que mudar, para que tudo continue igual' ... O delinquente sarney acabou acertando quando afirmou: 'Mas por que somente eu? ... Todos aqui são responsáveis por estes atos e procedimentos' !! E esta e' a pura verdade.
Vou portanto oferecer a minha opinião (e de milhares de brazileiros*): Não basta um Fora Sarney! Este delinquente deve ser fuzilado em praça pública, juntamente com outros delinquentes da mesma espécie. E se não for possível ser fuzilado, pelo menos preso por alguns anos deveria ser (aliás, há muito tempo!!). Eu estou absolutamente convicto de que a opinião acima é de milhares de pessoas. Eu pelo menos conheço centenas que pensam assim.
Lula megalômano
Agora eu gostaria de unir as modestas opiniões acima com a sua coluna de hoje ... Vc bem acerta quando tenta sair do 'campo político' stricto sensu na análise do lula, para incluir reflexões psicológicas. E por que eu digo isto? Porque ao longo de décadas eu tentei analisar a sociedade brazileira* usando categorias bem nanicas vindas da sociologia, da política e da economia.
Como atualmente eu leciono (também) no instituto de psicologia, e estudo bastante tais fenômenos, acabei convicto de que os 'problemas brazileiros' não são 'sociológicos', nao são 'jurídicos', e nem 'econômicos': os principais 'problemas brazileiros' são 'psicológicos'.
O brazileiro médio-típico é um retardado mental (cientificamente designado, e não pejorativamente considerado). O brazileiro médio-padrão certamente é a única degeneração racial que permite o funcionamento de um heliponto (um heliporto) no CENTRO de um parque de diversões (no Rio de Janeiro - Lagoa), onde transitam centenas de crianças, etc.; onde as toalhas de certos bares - que ficam a poucos metros - são presas por ferros porque 'voam' todas as vezes que os helicópteros levantam vôo e/ou chegam.
O brazileiro padrão e' a única 'subespécie' (do sapiens) que permitiu um confisco generalizado de suas moedas/riquezas, SEM QUE QUALQUER RESPONSÁVEL POR ESTE CRIME TENHA SIDO PENALIZADO. Não ha registro na Historia de semelhante debilidade (em tempos de paz).
O brazileiro médio é a única subespécie que permite que um estuprador e assassino seja elleito - democraticamente (sic) - presidente, que depois seja 'impichado' (deveria de fato ser linchado) por corrupção, e depois vire senador e presidente de uma comissão de m... qualquer daquele p... que se chama senado.
Eu não ficaria nem um pouco surpreendido se este assassino e estuprador fosse atualmente o presidente da comissão de ética daquela espelunca. Não existem exemplos igualmente na História de tamanha barbaridade, debilidade e retardamento social.
Bem, nao vou listar todos os exemplos, pois a minha lista e' infindável e vc mesmo deve possuir uma outra lista kafkiana ... Tudo isto eu afirmei acima, somente para lhe dizer que, mesmo sabendo disto tudo, a minha tarefa - e creio que a sua também, pois o que vc faz diuturnamente e' igualmente tarefas de 'professor', e' continuar em linha reta, sem perder o norte jamais.
E ademais, a sua ou a minha participação nas ruas é secundária, pois processos sociais são plurais e não individuais. Eu, por exemplo, não fui à manifestação por vários motivos (embora a tenha divulgado para as minhas listas); se eu tivesse ido, eu iria ficar 'de longe', analisando, refletindo, etc., ... para onde esta indo a nova geração ... pois são as novas gerações que têm o bastão nas mãos ...
grande abraço
p.s.1: estou escrevendo de um computador anglófilo.!! portanto sem acentos
p.s.2: escrevo sempre brazil, etc com z por questões obvias; quando o brazil deixar de ser uma colônia (e de quinta categoria) eu certamente escreverei brazil com S.
*Murillo Cruz é professor  concursado (Teoria Macroeconômica) (1977) do Instituto de Economia (IE-UFRJ); atualmente leciona no Instituto de Economia e no Instituto de Psicologia da UFRJ.
http://murillocruzfilho.blogspot.com/

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Lula cumpre apenas o script saído de um certo acordo de cavalheiros

Preferia achar que o ex-operário endoidou pelo inusitado de sua reluzente assunção ao trono.Qualquer médico residente do Pinel sabe dos efeitos alucinógenos que o poder opera sobre quem viveu uma infância miserável, de humilhações e traumas, abandonado pelo pai junto com a mãe analfabeta e uma penca de irmãos, quando o imponderável lhe põe às mãos o cetro do domínio sobre todos os pais e filhos, ricos e pobres, letrados e analfabetos. Leia íntegra da matéria em PORFÍRIO LIVRE

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

No limiar da quinta catástrofe do Asimov

Paulo Cesar Rodrigues Borges
Pensei em escrever para reprovar essa apatia de um público de certo nível de instrução, como os "incluídos digitalmente", mas pensei bem e acho que mesmo estando no RJ, poderia ser um dos que ficaria contigo "de coração", mas não se mobilizaria para chegar às vias de fato, portanto, seria um hipócrita, um "fariseu". Por que acho que não me mobilizaria? Você foi ao ponto. Por que estamos desanimados. Sinto-me assim, como um búfalo velho, na savana, a ser devorado lentamente pelas hienas; moribundo, sentindo as dentadas atrozes dos carnívoros insaciáveis por sangue, a dilacerar a minha carcaça, sem reagir, sem receber a solidariedade dos outros búfalos que ainda podem escapar dos ataques e que, apesar de condoídos com a tragédia de um seu igual, vêem no banquete dos carnívoros a eventual oportunidade para durar um pouco mais. Mas a metáfora que usei acima perde o seu efeito no caso, porque é da natureza das hienas, em matilha, tomarem sangue e não leite. É da natureza do búfalo velho afastar-se da manada para poupar os seus semelhantes. A metáfora falha porque, como seres minimamente éticos, não deveríamos aceitar que nossos iguais em humanidade exercitassem o poder de forma contrária a princípios que acabarão por ameaçar o futuro da espécie. Isaac Asimov, físico e escritor de ficção científica, em seu livro ESCOLHA A CATÁSTROFE, descreve o que chama de "catástrofe do 5º grau", numa escala que vai de 1 a 5 (1, para um cataclismo de proporções cósmicas, até 5, para a de natureza endógena, uma mutação corruptora de hábitos e costumes da espécie humana, que nos levaria à extinção). Ao saber da sua tristeza em avaliar os poucos que lêem a sua coluna, por ela apelar ao raciocínio, ao tradicional modo de construir o saber, pela leitura e pela escrita, não lhe trago boas notícias, pois como professor universitário de um curso de engenharia, quando pedi aos alunos do última ano para escreverem apenas 15 linhas sobre o que achavam da importância de se estudar ética no seu curso, recebi deles caras feias, de desânimo, de má-vontade, ao ponto de uns chegarem a propor uma redução das linhas pela metade (cerca de 7). Não querem escrever. Ler, então, é para eles um sacrifício insuportável. Será que estamos no limiar da quinta catástrofe do Asimov, Pedro?
Paulo César Rodrigues Borges
Engº Cartógrafo pelo IME e Dr. em Ciência da Informação pela UnB E-mail alternativo:

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O combate aos políticos corruptos passa pelo questionamento do voto eletrônico às cegas

Estudantes que não foram cooptados voltaram ao Senado para exigir a saída de Sarney. Mas eles é que foram presos. “A fraude dos mesários consiste em se aproveitar a ausência de fiscais para inserir votos nas urnas-E em nome de eleitores que ainda não compareceram para votar”. Amílcar Brunazo Filho, maior especialista no combate às fraudes das urnas eletrônicas. Não estou nada surpreso com esse cessar fogo no tapetão azul do Senado desta república gaiata. Nem eu, nem você, provavelmente. Não faz muito, a Câmara Federal ganhou o benefício da penumbra e manteve suas trapaças no “sapatinho”. Na Justiça, você sabe, depois daquele arranca-rabo entre Gilmar e Joaquim, desceu a cortina da mais insípida calmaria. A espetacularização da traquinagem vai sobrar para todos lá da corte. Excetuando-se uma meia dúzia de três ou quatro, estão todos enfiados na libidinagem política de corpo e alma. Mais de corpo do que de alma. Mas como são “multiflexes”, qualquer combustível lhes sacia os apetites vorazes. Já tentaram mudar de assunto com a gripe suína, mas não deu. Agora, dona Globo e o Estadão voltaram à carga contra a Igreja Universal. Não pelos seus perigosos poderes de persuasão, mas pelo sucesso da Record, que já está cabeça com cabeça com o antigo império de comunicação. Mas não será a única cortina de fumaça. O sistema faz do povo gato e sapato. Pauta sua indignação pela formulação manipulada dos elementos de conflito. Faz com que descarreguemos nossa bílis sobre dois ou três vilões. A gente cai dentro como se fossemos livrar o Brasil de todos os seus malefícios. Neste sábado, estaremos em todo o país no grito do “Fora Sarney” , esperando que esse grito alcance todos os corruptos do Congresso. E vizinhanças. Por cima da carne seca No entanto, o sistema conta com a dispersão no dia seguinte. Sarney continuará por cima da carne seca porque comanda a pior súcia que já pisou o tapete azul. Lula morre de medo de que algo lhe aconteça. Ainda sofre do trauma da derrota da CPMF, quando não logrou o número necessário, apesar de contar então com votos contrariados de alguns aliados, como senadores do PDT. Sarney conhece os meandros da política de cor e salteado. Aprendeu na ditadura, a que serviu com menção honrosa, a jogar com as fraquezas dos adversários. Coleciona robustos dossiês. Não existe um único dos seus colegas de que não possua um achado comprometedor. Portanto, todo aquele bate boca histriônico está chegando ao fim. No Senado, ninguém é maluco de levar esse jogo de cena às últimas conseqüências. Como eu disse outro dia, nem o mais palatável dos senadores lembrou-se de questionar essa monstruosidade que é o eleitor votar em um e levar mais dois de quebra, que ele nunca viu mais gordo. O suplente do ACM é o filho. O do Lobão, idem. E cada um que senta no banco dos reservas está lá não por qualificação política. Mas por credenciais só cabíveis quando o mandato é ganho por baixo do pano. O Senado é o que é de cabo a rabo. Seu irmão do lado não é diferente. Só não tem suplente sem voto. Mas, sabe quanto custa hoje uma eleição de deputado federal? Assustam-me com os números milionários. Nem que vivessem 100 anos, a maioria dos políticos ganharia o gasto numa campanha. Pior de tudo e a urna eletrônica Isso não é tudo, porem. Você notou que ninguém fala dessas intocáveis urnas eletrônicas, concebidas sob a mesma égide dos atos secretos do Senado? Isso é que é brabo. No tempo do meu pai, lá no Ceará, o “coronel” dava o envelope fechado para o peão botar na urna. Um dia, como contou Sebastião Nery em seu precioso folclore político, o eleitor foi perguntar em quem tinha votado. O patrão respondeu na bucha: - O que é isso, rapaz, o voto é secreto. Nada como um dia depois do outro. A tecnologia e os nossos preclaros ministros da Justiça Eleitoral fincaram pé e não adianta espernear. O voto hoje é tão secreto como nos tempo do meu pai. Você vota, vê até um retratinho, mas não tem como saber para onde foi o voto. Sabe por que? No Brasil, ao contrário da Venezuela de Chávez que essa mídia chama de ditadura, o cidadão não tem como checar o seu voto, porque ele não é impresso. Em janeiro de 2002, o então senador Roberto Requião, inspirado pela cruzada de Brizola, ainda conseguiu aprovar a Lei 10.408, que estabelecia a impressão do voto para eventual recontagem. Tão logo assumiu, Lula mandou revogar esse instrumento de controle, valendo-se de um projeto do senador tucano Eduardo Azeredo. (Nessas horas, eles se entendem muito bem). Protocolado em maio de 2003, o projeto revogatório foi aprovado pelo Congresso na tarde de 1 de outubro de 2003. À noite, Lula sancionou o que seria a Lei 10.740. As fraudes da modernidade eleitoral A urna eletrônica caiu como uma luva também para o voto digitado pelos próprios mesários, principalmente nas periferias da cidade. É um golpe surrado e conhecido, responsável pela eleição de deputados e vereadores, principalmente. A partir de certa hora, como muitos eleitores desistem de exercer seu direito porque sabe que a multa é mínima, os mesários votam por eles. Para não haver erro, assinam mais ou menos entre uma linha e outra. Qualquer coisa, dá-se um jeito. A maneira mais eficiente de impedir esse voto “biônico” e a adoção da urna biométrica, como existe na Venezuela desde 2004. Por esse sistema, para votar, o eleitor tem de colocar suas digitais na urna. No Brasil, essa providência está sendo testada num ritmo em que, provavelmente nos próximos pleitos só alguns municípios contarão com esse inibidor de fraudes. Sobre esse procedimento, responsável pela eleição de um numero surpreendente de deputados e vereadores ( e até majoritários – há quem diga que foi aí que o Gabeira perdeu a eleição para prefeito do Rio) o engenheiro Amílcar Brunazo Filho, a maior autoridade em urnas eletrônicas do Brasil, já detectou a possibilidade de novo tipo de burla com a utilização da mesma máquina para identificar o eleitor e receber seu voto. “Na Venezuela, por exemplo, onde se adota a identificação biométrica do eleitor desde 2004, esta identificação é feita em máquinas próprias desconectadas das máquinas de votar (uma máquina de identificar pode atender a demanda de até 20 máquinas de votar)”. O que eu quero lembrar é que essa fartura de políticos corruptos tem muito a ver com o sistema eleitoral brasileiro, tão suspeito que, para disputar a eleição e vencer no Paraguai, a oposição exigiu a devolução das urnas oferecidas pelo TSE do Brasil. Essa medida profilática foi considerada uma das razões da derrota do candidato oficial. Portanto, por hoje, fica a advertência: a menos que acabemos com o atual sistema de voto eletrônico às cegas, sem controle e sem auditagem, que Sarney e seus colegas peraltas podem até sair de cena. Mas o esquema está montado: no lugar deles, surgirão outros da mesma laia e até mais vorazes e menos escrupulosos. A luta contra a corrupção passa pelo questionamento dessas urnas secretas. coluna@pedroporfirio.com

domingo, 9 de agosto de 2009

O golpe nos trabalhadores que não está no “Caminho das Indias”

Misterioso indiano serviu de “laranja” para a GE não pagar obrigações trabalhistas no Rio Não adiantou nada ter levado os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos ao ministro do Trabalho. A fábrica da GE em Maria da Graça está fechando sem pagar compromissos trabalhistas.
"O sindicato vai estudar quem colocará na justiça: a "laranja" ELP(Grupo Indiano), a GE, ou as duas. Portanto, agora podemos admitir que a General Electric, deu mesmo um golpe criminoso em seus funcionários".
Tarcísio da Cruz Leal, operário da GE há vinte anos.
No amanhecer desta segunda-feira, dia 10 de agosto, cerca de 500 trabalhadores da General Eletric de Maria da Graça, ali ao lado do Jacarezinho, estarão se concentrando em frente ao prédio da GE/Celma, em Petrópolis para exigir o respeito aos seus direitos trabalhistas, burlados pela gigante norte-americana de forma recambolesca, bem ao estilo dos piores gângsteres do seu país. Ao se deslocarem com todo o sacrifício que isso representa, os trabalhadores, liderados pelo Sindicato dos Metalúrgicos, vão querer decifrar o enigma que nem o governo do Estado conseguiu: como garantir o pagamento das verbas rescisórias, já que, a esta altura, nutrem pouquíssimas esperanças de manter seus empregos, numa novela que mostrou mais uma vez, infelizmente, o pouco caso do governo do sr. Luiz Inácio, através de u m Ministério do Trabalho impotente e convertido numa agência de repasse de dinheiro, através do FAT. A essa novela teve seus primeiros capítulos em 2007, quando a matriz norte-americana anunciou o fechamento de 5 plantas industriais no exterior, entre as quais a de Maria da Graça, que já operava com carga mínima, dedicada exclusivamente à fabricação de lâmpadas. Naquele ano, tinha menos de 900 empregados, em contraste com seu tempo áureo, na década de 70, em que empregava 7 mil metalúrgicos. Naquele então, no exercício do mandato de vereador, levei a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos ao ministro Carlos Lupi. A GE havia decidido fechar a fábrica que funcionava há 90 anos no Brasil para importar lâmpadas da China, que lhe parecia mais vantajosa, como aliás, têm sido esses estranhos negócios da China, um país dirigido por um partido comunista, cujo maior trunfo é a oferta de mão de obra operária a preço de banana. Lupi, acreditando na liturgia do cargo, pegou o telefone e ligou para a própria fábrica. O mais que conseguiu foi ser atendido pela diretoria de Recursos Humanos, que não estava habilitada a informar mais além da nota divulgada pela matriz, em Fairfield, Connecticut. À época, circulavam informações de que um grupo brasileiro havia manifestado interesse em da continuidade às atividades da indústria, que ocupa um dos maiores parques fabris do Brasil. Não obstante, com o Ministério do Trabalho totalmente à margem, a própria GE negociou com o que seria uma metalúrgica da Índia, para quem passou as instalações e as responsabilidades com os empregados. Decorrido pouco mais de um ano dessa transação, os trabalhadores ficaram sabendo que as máquinas iam parar. Com o agravante patético, que não teria acontecido se o Ministério do Trabalho tivesse cumprido suas obrigações: o tal grupo indiano – ELP – entrou na história como uma espécie de laranja. Eximiu-se dos compromissos trabalhistas e ainda teria dado um cano de R$ 17 milhões na companhia norte-americana. Com sua “evaporação” e a paralisação das atividades da fábrica, os trabalhadores ficaram a ver navios. Ao Sindicato dos Metalúrgicos só restou bater ás portas do governo do Estado, que havia chancelado a “transferência do controle” da fábrica de lâmpadas. Ambos – sindicato e governo estadual – se deram conta do logro e correram atrás dos antigos patrões, a GE. Após uma tensa reunião, o sr. Jaime Saion, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, entrou em contato com o presidente da GE no Brasil. Este, na maior cara de pau, alegou que o grupo norte-americano não tinha mais nada a ver com o parque industrial da Maria da Graça. Disse que ele também estava atrás do misterioso indiano da ELP ( que não saiu da novela de Glória Perez) para cobrar uma dívida de R$ 17 milhões. O representante do governo do Estado repassou o problema para o sindicato, que terá de bater às portas da Justiça, enquanto os 500 trabalhadores restantes estão sem receber um níquel e não sabem sequer para quem apelar. É uma situação inteiramente inédita, que atinge os trabalhadores no governo que se fez com o discurso obreirista, mas que virou a casaca e ainda imobilizou pela cooptação quem poderia estar oferecendo suas energias e sua experiência às vítimas desse verdadeiro golpe. E a todos os trabalhadores que começam a ser habituados á idéia de que chupar o dedo é preciso, pois afinal o homem lá de cima também já pegou no batente e já comeu esse mesmo pão que o diabo amassou. É um golpe tão bem orquestrado que ainda não apareceu nas páginas dos jornais. A não ser numa pequena nota na coluna de Ancelmo Goes, do GLOBO deste domingo. Golpe que mantém rigorosamente omissos as autoridades do Trabalho em todos os níveis - do Ministério, á secretaria Municipal do Rio de Janeiro, ambos, aliás, em entregues ao PDT, a quem cumpriria fazer o que João Goulart fazia em situações como essa. coluna@pedroporfirio.com

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A propósito da nota da OAB, pedindo a renúncia coletiva de todos os senadores

"O chefe, o comandante, é o presidente Lula. Ele foi o responsável. Se não tivesse o presidente Lula, o Sarney não seria candidato (à presidência do Senado), e o Sarney teria ido para casa". Senador Pedro Simon

Presidente nacional da OAB, o advogado Cezar Brito quer uma atitude decente de todos os senadores

Com a responsabilidade de quem tem uma participação ativa nos momentos mais graves de nossa história, a Ordem dos Advogados do Brasil tornou pública a sua posição pela RENÚNCIA COLETIVA de todos os senadores. O documento, fundamentado por algumas das razões que me levaram a pedir a extinção dessa casa legislativa redundante, onerosa, desnecessária e nociva, diz com todas as letras: “A crise não se resume ao presidente da casa, embora o ponha em destaque. Mas é de toda a instituição - e envolve acusados e acusadores. Dissemina-se como metástase junto às bancadas, quer na constatação de que os múltiplos delitos, diariamente denunciados pela imprensa, configuram prática habitual de quase todos; quer na presença maciça de senadores sem voto (os suplentes), a exercer representação sem legitimidade; quer na constatação de que não se busca correção ética dos desvios, mas oportunidade política de desforra e de capitalização da indignação pública”. Como se vê, não estamos exagerando na dose. A OAB não toca na questão estrutural, existência de duas casas legislativas com funções semelhantes, mas o simples fato de pedir a renúncia de todos os senadores, sem exceção, oferece um diagnóstico conjuntural de grande alcance. Senadores sem brio e sem convicções É claro que esse apelo não será considerado nem pelos trapaceiros mais conhecidos. Quando um meliante como Renan Calheiros voltou ao controle do Senado depois de ter renunciado à Presidência em função de uma penca de denúncias irrefutáveis, é porque a casa está inapelavelmente decadente. É curioso observar que muitos desses senadores, detentores de mandatos em dobro, morrem de medo do sr. Luiz Inácio. É o caso do senador Eduardo Matarrazo Suplicy, que faz o gênero de bom moço, mas que amarela sempre nessas horas. Não entendo igualmente as omissões dos senadores Paulo Paim e Marina Silva. Esta, inclusive, começou a falar na possibilidade de trocar o PT pelo PV com a perspectiva de ser candidata à Presidência da República. Ou será que está apenas barganhando maior carinho do Palácio do Planalto? Para agravar, o decrépito presidente do Conselho de Ética (?),Paulo Duque, entrou na chicana, deliberando tornar secreto seu parecer que arquivou as representações pendentes para a abertura de processos contra o prior José Ribamar Sarney. Quem quiser conhecer oficialmente seu despacho, deverá esperar publicação no Diário do Senado: é mole ou quer mais? Segundo suplente sem um único voto e sem qualquer atuação anterior – ele assumiu o mandato com a eleição de Sérgio Cabral para governador em 2006 – esse velho “chaguista” é a marca de um Senado que se tornou senil e não justifica um níquel dos quase dois bilhões e setecentos milhões de reais que consome anualmente. Agindo como gigolô da crise Isso tudo está acontecendo, infelizmente, devido ao baixo nível e a qualidade medíocre de nossos parlamentares. Sem o mínimo de preparo e envergadura moral, vivem sob o domínio do Poder Executivo, certos de que vão precisar da máquina na hora em que vão disputar a reeleição. Daí terem razão os senadores Pedro Simon e Álvaro Dias sobre o envolvimento indevido de Lula em toda essa crise, da qual pretende tirar proveito, como é do seu feitio. Além do que disse Simon, vale registrar a declaração do tucano paranaense, que nesse caso está cheio de razão: "Há conexões entre as ações daqui e do Palácio do Planalto. Há participação ativa do governo nisso tudo. A questão eleitoral teve peso, a conquista pelo PMDB, a tentativa de mantê-lo com Dilma. Ele interferiu sempre, desde a eleição até mantê-lo na presidência na crise". Mais do que isso, a interferência de Lula, agindo como o dono do PT, que desfigurou inclusive na imposição do nome de Dilma, sem as costumeiras prévias, tem alvos mais graves. Além de desconstruir a CPI da Petrobrás, que esse Senado por si já não tinha condição nenhuma de investigar, o sr. Luiz Inácio investe na inviabilização do processo sucessório e no turvamento do ambiente político, com as piores intenções imagináveis. Na prática, ele está destruindo seu próprio partido e os aliados do “campo popular”, pelo descrédito disseminado. O PT se fez principalmente devido ao voto de opinião, mais influente nas eleições majoritárias (presidente, governadores e senadores). Neste momento, é cada vez maior o cordão de petistas envergonhados ou arrependidos. Cada vez mais difícil imaginar uma campanha dos seus próceres locais, subordinados ao que há de pior na vida pública brasileira. Difícil é saber aonde Lula quer chegar Essa conversa de que a “base aliada” deve abrir mão de tudo em favor da candidatura presidencial só ilude os mais ingênuos. Dilma Rousseff jamais disputou uma eleição. É antipática e, na verdade, extremamente vulnerável. Será muito desconfortável, por exemplo, que o PDT se incorpore de cara limpa à sua campanha. Além da postura entreguista que teve no Ministério de Minas e Energia, quando deu sequência aos leilões das jazidas petrolíferas, ela carrega o carma da traição a Brizola. Não era ninguém antes das oportunidades que teve no governo pedetista de Alceu Colares. Feita secretária pela segunda vez no governo petista por indicação do PDT, virou-lhe as costas quando o partido decidiu romper com o governador Olívio Dutra. Com outros arrivistas, inclusive o próprio filho de Brizola, João Vicente, trocou a legenda pela sinecura e ainda se filiou ao PT. Lula, que tem seus monitores de laboratório, não faz nada por acaso, apesar dos destemperos ocasionais. O que passa de fato por sua cabeça nem a própria Dilma sabe. A única coisa que parece evidente foi o gosto que pegou pelo poder. Um gosto que não tem limites. A Nota da OAB sobre o Senado Para o seu conhecimento, é o seguinte o teor da nota assinada pelo presidente nacional da OAB, em nome do seu Conselho Federal: "O Senado está em estado de calamidade institucional. A quebra de decoro parlamentar, protagonizada pelas lideranças dos principais partidos, com acusações recíprocas de espantosa gravidade e em baixo calão, configura quadro intolerável, que constrange e envergonha a nação. A democracia desmoraliza-se e corre risco. A crise não se resume ao presidente da casa, embora o ponha em destaque. Mas é de toda a instituição - e envolve acusados e acusadores. Dissemina-se como metástase junto às bancadas, quer na constatação de que os múltiplos delitos, diariamente denunciados pela imprensa, configuram prática habitual de quase todos; quer na presença maciça de senadores sem voto (os suplentes), a exercer representação sem legitimidade; quer na constatação de que não se busca correção ética dos desvios, mas oportunidade política de desforra e de capitalização da indignação pública. Não pode haver maior paradoxo - intolerável paradoxo - que senadores sem voto integrando o Conselho de Ética, com a missão de julgar colegas. Se a suplência sem votos já é, em si, indecorosa, torna-se absurda quando a ela se atribui a missão de presidir um órgão da responsabilidade do Conselho de Ética. Em tal contexto, urge fornecer à cidadania instrumentos objetivos e democráticos de intervenção saneadora no processo político. A OAB encaminhou recentemente ao Congresso Nacional, no bojo de proposta de reforma política, sugestão para que o país adote o recall - instrumento de revogação de mandatos, aplicável pela sociedade a quem trair a delegação de que está investido. Trata-se de instrumento já testado em outras democracias, como a norte-americana, com resultados positivos. O voto pertence ao eleitor, não ao eleito, que é apenas seu delegado. Traindo-o, deve perder a delegação. Não havendo, porém, tal recurso na legislação brasileira, prosperam discursos oportunistas, como o que sugere a extinção do Senado. A OAB é literalmente contra a extinção do Senado. O Senado não pode ser confundido com os que mancham o seu nome. Precisa ser preservado, pois é o pilar do equilíbrio federativo. Diante, porém, do que assistimos, a sociedade já impôs à presente representação o recall moral. O ideal seria a renúncia dos senadores. Como não temos meios legais de impor esse ideal - único meio de sanear a instituição -, resta pleitear que se conceda algum espaço à reforma política, senão para salvar o atual Congresso, ao menos para garantir o futuro. CEZAR BRITTO PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL”

coluna@pedroporfirio.com

Apenas a bola da vez de um regime de estelionatários políticos

Tasso Jereissati: - “Não aponte esse dedo sujo pra cima de mim” Renan Calheiros: - Dedos sujos são os de vossa excelência. São os dedos sujos do jatinho que o Senado pagou. - Pelo menos o jato é meu, do meu dinheiro, não é dos seus empreiteiros. ....V. Excia é um coronel cangaceiro de terceira categoria. - E você é um coronel de merda!

Nesta quinta-feira, 6 de agosto de 2009, o Senado da República voltou a ser picadeiro de baixíssimo nível, assemelhando-se sem tirar nem por a um covil de bandidos dedicados à exposição da roupa suja no horário indevido. Antes de qualquer comentário, cumpre-me sugerir que tirem crianças de perto no caso de sintonizarem a Tv Senado. O deprimente tom das discussões é realmente impróprio para adolescentes e jovens, que podem ter a idéia do que uma Casa Legislativa é um antro de moleques boquirrotos e boçais. É realmente constrangedor dizer à meninada que aqueles colarinhos brancos de rabos presos são os mandatários incumbidos de produzir leis, fiscalizar o Poder Executivo e exercer a representação dos Estados. É dramático admitir que eles estão ali com a responsabilidade de consolidar o regime democrático, pelo o qual algumas gerações lutaram com o sacrifício de suas vidas e de suas carreiras profissionais. É patético aceitar que esse Legislativo teria por finalidade a maior responsabilidade na sustentação da democracia representativa. Com aqueles senadores, quase todos envolvidos em falcatruas e trapaças, os defensores das ditaduras não precisam dar um pio. O comportamento abjeto e suspeito dos detentores de mandatos estendidos de 8 anos, alguns sem a legitimidade de um voto sequer, oferecem o combustível necessário à explosão desse regime que não passa de uma grande farsa, uma fantasia envolta em falsos brilhantes. Sem chance de regeneração Neste momento, o pior que pode ocorrer ao cidadão brasileiro é imaginar que essa onerosa casa legislativa tenha salvação. Como eu escrevi ontem, o Senado brasileiro sofre de graves doenças congênitas. Nasceu sob o signo da impostura com o objetivo de garantir casa, comida e roupa lavada para uma meia dúzia de políticos egressos de governos locais ou caciques vorazes, aos quais se oferece um mandato em dobro com um custo só equiparado ao dos tribunais superiores: com mais de 10 mil funcionários à disposição e todo tipo de mordomia, cada senador representa um gasto per capita diário de R$ 91.000,00, que teria melhor uso nas deficitárias rubricas de educação e saúde. Esse parlamento desqualificado, em que pontifica um líder alijado da presidência como forma viciada de poupar-lhe o mandato - apesar de pilhado em todo tipo de trapaças - não vai se regenerar porque ele reflete o sistema manipulado pelas elites, onde a dominação de classe é sustentada pela alienação deliberada do povo e pelo cultivo de expectativas individuais, de ilusórias inspirações fratricidas. Esse altar da mediocridade, da boçalidade e da corrupção faz o gosto dos interesses econômicos apátridas, aos quais o presidente Luiz Inácio se rendeu e sob cuja tutela, como um mamulengo assumido, joga com sua imagem empática e sua abusiva capacidade de cooptação, inclusive para dar proteção à súcia que enlameia a chamada Casa Alta do Parlamento brasileiro. Não há como imaginar que o circo do Senado Federal exista à margem de um contexto permeado pela ascensão de estelionatários políticos, carreiristas e arrivistas sem qualquer compromisso com as instituições republicanas. Poderes nivelados por baixo Infelizmente, em função de um ambiente despolitizante, do vazio preenchido pela mistificação, o cinismo, a hipocrisia, a barganha, o suborno e a mentira, que não poupou nem os estudantes, o que foi lamentado inclusive em nota do Clube Militar, assinada por seu presidente, general Gilberto Figueiredo, nada de patriótico e ético pode se esperar de uma casa legislativa em nosso país. Vale reconhecer, no entanto, que a qualidade moral e política dos senadores não é diferente da registrada em todos os podres poderes. A sociedade cometeu o grave erro de deixar que a vida pública seja prerrogativa exclusiva de políticos profissionais inescrupulosos, que gastam fortunas em campanhas eleitorais e exercem mandatos com a preocupação de compensarem os “investimentos”, na caça a todo tipo de vantagens, ao som de uma balada macabra de consequências abismais. Enquanto os mandatários tratam de meter a mão no que encontrarem, o exercício da política econômica passou ao controle dos banqueiros, através do Banco Central e a feitura das leis foi transferida para o Judiciário, sob o império da hermenêutica. O processo eleitoral tornou-se um jogo sujo de cartas marcadas. Os partidos grandes têm mais espaços na propaganda gratuita e recebem mais dinheiro do fundo partidário, tornando heróica a campanha dos menores, como se no regime de direito existissem legendas de primeira, segunda e terceira classes. Como se o espectro partidário estivesse sujeito a hegemonias programadas, que conservam o PMDB, uma legenda sem compromissos, sem caráter, sem líderes nacionais e sem apelo como o maior partido do país, apesar da desmoralização pública assinalada. Urnas que facilitam a impostura As urnas passaram a ser verdadeiras caixas pretas, imunes a qualquer tentativa de conferência. Agora mesmo, o chefe dessa megafraude política, senhor dos anéis e da caneta, oferece ao sistema eleitoral suspeito a garantia de que vetará qualquer tentativa de estabelecer a impressão do voto para eventual conferência, fazendo os gostos das raposas que se perpetuam nos podres poderes sabe Deus como. É bom que se diga que a revogação da impressão do voto, resultante de uma Lei aprovada em 2002, foi uma das primeiras providências do Sr. Luiz Inácio tão logo assumiu a chefia do governo. Enquanto isso, a Justiça Eleitoral limita a algumas cidades o sistema de identificação biomédica (urnas com leitura digital), optando por uma solução cara, quando uma tecnologia barata garantiria a aplicação desse controle em todo o país já no próximo pleito, à semelhança do que acontece na Venezuela,. Por onde quer que se olhe o exercício da vida pública no Brasil é flagrante o processo de distorção que faz da nossa democracia um grande logro e produz essa laia de políticos corruptos, canalhas e inescrupulosos. O Senado que nós vemos, e que precisamos extinguir por desnecessário, oneroso, redundante e nocivo, é apenas a bola da vez nessa sequência indecente de afrontas à dignidade dos cidadãos brasileiros. Porque, em verdade vos digo: os poderes dessa falsa democracia estão tão degenerados que sempre haverá um escândalo para o consumo da mídia e o desencanto de um povo, instado deliberadamente a ficar de fora “para não se misturar com porcos”. coluna@pedroporfirio.com

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A morte do Senado e o nosso grito parado no ar

No caricato "Conselho de Ética"O dia que o "senador biônico" livrou a cara de Sarney e levou o Senado à morte “A verdade se corrompe tanto com a mentira como com o silêncio” Marcus Túlio Cícero Filósofo, orador e político romano ( 106 A.C a 43 A.C) Não há mais dúvidas: o Senado morreu. Sem choro, nem vela essa onerosa hidra dos podres poderes deu seu último suspiro quando o simulacro de Conselho de Ética, encabeçado por um político carcomido, que lá chegou sem um voto sequer, desligou os aparelhos pelos quais ainda respirava, ao mandar para a lixeira no mesmo embrulho representações para abertura de processo contra o prior José Ribamar Ferreira de Araújo Costa e o que ainda restava de pudor naquele valhacouto. Só nos resta adotar as providências cabíveis para seu sepultamento em cova tão profunda que jamais possa ressurgir com suas cabeças degeneradas e destituídas de todo e qualquer recato. Haverá resistência ao enterro, mas se nós quisermos nada nos impedirá dessa tarefa saneadora. Sim, nós podemos livrar o país desse magote de sanguessugas insaciáveis. Nós podemos, sim, pelo exercício da cirurgia, da quimioterapia e da radioterapia. E da pá de cal. Valhacouto oneroso, redudante e nocivo O Senado Federal é uma redundância legislativa. Não é necessário. Ou melhor: é mais do que desnecessário, é nocivo pelos próprios vírus inerentes: mandatos de 8 anos, suplentes sem votos, cenáculo de intocáveis, práticas tão imorais que são blindadas pela ilegalidade dos atos secretos. O Senado Federal da República Federativa do Brasil não é uma casa republicana. É um amontoado de feudos onde a quase totalidade dos seus senhores pode se dar ao luxo de pintar e bordar de costas para a opinião pública, para a moral e os bons costumes. O Senado Federal é produto de cartas marcadas. Não é qualquer um que pode disputar uma de suas 81 cadeiras. Os partidos usam de um processo de exclusão tão explícito que só os velhos caciques e os ungidos por eles ganham legendas. Por esse gargalo, resta ao cidadão o mínimo de opção. Quase sempre é obrigado a escolher entre o diabo e o “coisa ruim”. E ainda é ludibriado quando pode votar em dois ao mesmo tempo, isso para evitar a disputa limpa, facilitando os conchavos inspirados nas mais abjetas conveniências. O Senado Federal é a única casa aonde se chega sem votos. Padece da síndrome do biônico dos tempos obscuros. Você escolhe um e habilita três. Dois você nem sabe quem é. Em geral, é elemento sem condições de submeter-se sequer a uma eleição de síndico do seu prédio. Veja o caso desse Paulo Duque, o provecto coveiro da casa onde chegou por descuido. Nos tempos sujos do chaguismo, ainda teve mandatos de deputado estadual. Com o desmoronamento desse reinado corrupto, sumiu da prateleira. Mas ficou à sombra, colando num e noutro. Até que ganhou a condição de segundo suplente do senador Sérgio Cabral. Este, eleito governador, levou para a Casa Civil o seu fiel escudeiro, Regis Fichter, primeiro suplente igualmente sem voto, abrindo a segunda janela para o fracassado político fruir do paraíso no limiar dos oitenta anos. Ninguém melhor do que ele para ser o emblema do Senado Federal da República Federativa do Brasil. Conduzido ao comando do Conselho de Ética com a missão específica de proteger os correligionários pegos com a mão na massa, declarou seu desprezo pela opinião pública, a que não se submeteu para ganhar o cargo “eletivo” e a cujo julgamento não se imagina exposto. Mandatos para proveito pessoal Há alguns senadores bem intencionados. Poucos, mas há. No entanto, nenhum deles, em tempo alguma, levantou a voz contra a fraude do suplente sem voto. Ao contrário, todos eles, sem exceção, carregam o contrapeso dos bastardos, escolhidos sabe o diabo por quais “negociações”. O Senado seria a casa moderadora, a representação dos Estados. Eufemismos baratos, mentiras assimiladas com carinho e afeto também pela mídia, que age pontualmente. Porque, ao contrário do que acontece em países como Alemanha, Áustria e Índia, para citar alguns, os senadores legislam, fazem tudo o que se atribui à Câmara dos Deputados e ainda têm outras prerrogativas, hipertrofiando seu poder de barganha, empanzinado pelo mandado estendido. Com essa duplicidade de casas legislativas, que só se dá a nível federal (ao contrário do que acontece nos Estados Unidos) o Parlamento reverbera a mais patética ambiguidade. Faz de tudo, menos legislar. Ou então produz leis cosméticas, destinadas ao anedotário institucional. O usual é a instrumentalização do mandato para proveito pessoal e sustentação de interesses espúrios, no assalto crônico aos silos do patrimônio publico. Pelo poder que acumulam, os parlamentares acabam titulares das estações de rádio e TV dos seus Estados, das prebendas de onde jorram cintilantes pepitas, do viciado tráfico de influências, muito mais poderoso do que o de drogas. A salvação do prior e o crepúsculo da casa O que aconteceu no Senado Federal, com as bênçãos do chefe do Executivo, mostrou que Sarney tem razão quando ele diz que não é o único a nos passar para trás. Como seu parceiro Renan Calheiros e seu endiabrado novo aliado Fernando Collor, cujo olhar fala por si, ele está ganhando a comenda do homem acima de qualquer suspeita. Seus pares vão assinar o “nada consta” com a sem cerimônia e o cinismo dos que se servem do regime representativo para levar o povo a sentir atração pelas ditaduras, onde haja pelo menos a sensação do combate à corrupção, à molecagem e à impunidade. Sarney vai sair incólume, apesar das mentiras e das trapaças em que se viciou de tal forma que é capaz de rir de nossa cara com uma certa dose de sadismo. Permanecerá o soberano intocável da festa caipira, animando a quadrilha com seu malabarismo sincronizado com o compadrio dos podres poderes. Mas se poderá preservar sua fortuna e manter a atenção especial aos familiares e similares, estará, ao mesmo tempo, nos oferecendo fermento para que, enfim, levantemos nossos traseiros das poltronas, desliguemos os verdugos eletrônicos e passemos da palavra à ação. Nós, os cidadãos honestos e trabalhadores, ainda somos a grande maioria. Maioria silenciosa, tudo bem. Mas que tem tudo para soltar esse grito de revolta que está parado no ar. Vamos dar a nossa resposta. Nós podemos e devemos fazer a nossa parte. coluna@pedroporfirio.com

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

NO JOGO DURO CONTRA A CORRUPÇÃO, UM VÍRUS ME IMOBILIZOU POR UMA SEMANA

O acesso a este cadastro havia sido bloqueado pelo vírus que atacou no fim da tarde de sexta-feira, 31 de julho
O programa do meu JORNAL ELETRÔNICO POR CORRESPONDÊNCIA foi atacado por um vírus às 16h50 do dia 31 de julho de 2009. Em consequência, fiquei impedido de enviar minhas colunas a 4859 destinatários até hoje, ao meio dia, quando o provedor concluiu o “restore” de todos os arquivos, pastas e banco de dados do “palanque livre”. Tenho uma suspeita sobre a origem desse ataque, mas vou preferir ficar observando. O vírus não se alojou no meu computador, mas no próprio provedor, eliminando as páginas de acesso aos cadastros de endereços e de matérias do JORNAL ELETRÔNICO POR CORRESPONDÊNCIA. Por pouco, não perdi toda essa memória. O ataque se deu no final da tarde de uma sexta-feira e o suporte da Locaweb só faz restauração de arquivos nos horários comerciais de segunda a sexta-feira. Além disso, para me certificar da origem do problema, tive que contatar o profissional que fez o programa, há 5 anos, na empresa em que trabalha, de segunda a sexta-feira. Acontece que a Locaweb só guarda os dados por 7 dias. Demorasse mais, nesta quinta-feira, já não teria mais como recuperar os dados acumulados. Curiosamente, o vírus só afetou o programa específico, onde faço o JORNAL ELETRÔNICO POR CORRESPONDÊNCIA. Site e blogs foram poupados. As mensagens enviadas diretamente para os meus endereços Porfírio@palanquelivre.com e coluna@pedroporfirio.com tiveram seus cursos normais. Foram recebidas e respondidas. Pedi a alguns parceiros que costumam repassar matérias que informassem do bloqueio. Quero desde já agradecer aos que me ajudaram na divulgação do ataque. Isso aconteceu depois que fiz uma consulta sobre a sugestão de vários amigos em relação à possibilidade de me candidatar a deputado federal. O número de respostas positivas me surpreendeu: em dois dias, já chegava a duzentos. Nunca qualquer outra consulta havia registrado número tão expressivo. Mas significativo ainda foi o teor das respostas. Registrei um elevado índice de esclarecimento político dos leitores e amigos. Embora muitos temas fossem sugeridos, a necessidade de um combate frontal à corrupção e aos desvios de conduta, como sempre faço nesta coluna e sempre fiz no exercício de cargos públicos, aparece de longe como a maior preocupação de todos. Sobre essas respostas, que ainda estão chegando, farei uma análise específica, até porque elas pesarão na minha decisão em relação a 2010. Espero continuar merecendo a sua atenção e agradeço pelo carinho e a atenção de todos. Pedro Porfírio

terça-feira, 4 de agosto de 2009

VÍRUS BLOQUEIA MEU JORNAL ELETRÔNICO DESDE O DIA 1 DE AGOSTO

Estou sem condições de mandar matéria para cerca de 5 mil destinatários e ainda posso perder todo o cadastro.
O bloqueio ao PAINEL que dá acesso ao meu cadastro é feito por um vírus que é detectado pelo meu antivirus, mas não pode ser removido, porque ele se encontra no provedor. Cada vez que tento abrir o programa, aparece essa tela, impedindo que dê o próximo passo, já que o menu com as opções de acesso não aparece.
Comunico que o cadastro do meu JORNAL ELETRÔNICO POR CORRESPONDÊNCIA foi atacado por um vírus às 16h50 do dia 31 de julho de 2009. Em consequência, até o presente momento, manhã do dia 4, meu acesso ao sistema de postagem pelo programa está bloqueado. Já entrei em conato com o profissional que criou o programa e com a LOCAWEB, que hospeda meu banco de dados. Até agora, nenhuma solução. Esse bloqueio não me impede de receber ou enviar e-mails fora do programa. Mas só nele tenho os cerca de 5 mil endereços que recebem minhas colunas. A solução apontada pelo técnico está no backup do banco de dados, com data anterior ao ataque. Fiz a solicitação à LOCAWEB, que só aceita comunicação através de um “helpdesk”. Pelo telefone, não atende a esse tipo de pedido. Ela guarda os dados de um cliente por 7 dias. Se até quinta-feira não fizer o “restore”, terei perdido todo o trabalho de mais de cinco anos. Em consequência, esta madrugada, enviei um desesperado recado à LOCAWEB, cujo teor transcrevo abaixo. Isso aconteceu depois de ter recebido um volume surpreendente de resposta à minha consulta sobre se devia ou não ser candidato a deputado federal. Essas respostas representaram mais do triplo de qualquer outra consulta já feita. Ainda não sei o que fazer se o cadastro hospedado na LOCAWEB não foi restaurado. Mas, desde já, peço que informe esse bloqueio às pessoas de sua lista. Veja o que escrevi à LOCAWEB às 5h18m neste dia 4 de agosto: Acrescentando: sou apenas um jornalista que hospedo meus sites e banco de dados (cadastro) há 6 anos na LOCAWEB, pagando rigorosamente em dia, sem um único atraso. É complicado ter restrito meu contato a esse suporte a esse sistema de recados, em que não posso ser orientado pessoalmente por um profissional da LOCAWEB. Minha atividade de transmitir a minha coluna está paralisada desde o dia 1.8.09 porque um vírus aparece quando tento abrir a página do banco de dados - http://www.palanquelivre.com/cpanel/default.asp - Creio que o backup deve ser feito a partir desse endereço. O virus aparece com a seguinte informação C:\users\Pedro Porfirio\AppData\Local\Microsoft\Windows\Temporarary Internet Files\Low\Content.IE5\6DCI9GBI\default[3]htm. Consultei o profissional que fez o programa e hospedou na LOCAWEB e ele disse que o backup deve ser feito para todo o palanquelivre.com Não entendi essa "tabela" de cobrança. Há 6 anos (ou mais) nunca recorri a esse serviço, o qual teria direito, pelo exposto, uma vez por mês. Agora, enquanto nós vemos passar o tempo, a LOCAWEB me surpreende com essas informações e posterga a solução. Pelo que fiquei sabendo, os dados são guardados por 7 dias. Se hoje não houver uma providência de parte da LOCAWEB, estarei iniciando a contagem regressiva para a perda de um cadastro de quase CINCO MIL ENDEREÇOS, além das matérias guardadas. Isso representa a DESTRIUIÇÃO DE SEIS ANOS DE TRABALHO. ISSO ME CAUSARÁ DANOS IRREPARÁVEIS. Nesse caso, quem será responsabilizado? Se as informações acima não forem suficientes, creio que só pelo contato telefônico poderei entender melhor o que devo informar. Neste instante, são cinco horas da manhã. Porque não consigo dormir enquanto o problema persiste. Esclareço que tenho 66 ANOS DE IDADE. A produção e envio das minhas colunas é a única atividade jornalística a que me dedico. O que me acontecer, em termos de saúde (tenho problemas de pressão alta e outros típicos da idade) será por conta desse CAMINHO BUROCRÁTICO DISTANCIADOR estabelecido pela LOCAWEB. Repito: a demora no atendimento poderá me causar sérios danos. Caso isso aconteça, não me limitarei a dispensar a hospedagem da LOCAWEB. Portanto, PRECISAMOS ESCLARECER ISSO HOJE, de qualquer maneira. Preciso ter de volta os dados do meu cadastro, que estão no endereço http://www.palanquelivre.com/cpanel/default.asp Sem mais: PEDRO PORFÍRIO