quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O genocídio de Gaza e a natureza expansionista de Israel

A instalação de assentamentos de judeus repete as táticas das "colônias Rosthschild", implantadas pelas mílicias terroristas Haganá, Irgun e Stern, antes da proclamação de Israel como Estado, em 1948.
“Por que os árabes deveriam querer paz? Nós nos apossamos do país deles. Claro, sei que Deus nos prometeu essa terra, mas o que isso tem a ver com eles? O nosso não é o Deus deles. Nós todos viemos originalmente de Israel, também é verdade. Mas isso foi há dois mil anos. O que eles têm a ver com isso?” David Ben Gurion, judeu polonês, primeiro chefe de Estado de Israel (1886-1973), em declaração pouco antes de morrer, aos 87 anos. "Nós não precisamos de um Estado Judeu. Necessita-se de um Estado Palestino. Judeus podem, e têm vivido em qualquer lugar, logo não há necessidade de um Estado Judeu". Mordechai Vanunu, cientista nuclear israelense, que 1986 revelou detalhes do programa nuclear de Israel para a imprensa britânica, em consequência de que foi sequestrado em Roma por agentes do serviço secreto israelense (Mossad). Qualquer análise restrita aos acontecimentos recentes em Israel e vizinhos apontará conclusões superficiais e não chegará ao âmago de um problema que tende a se tornar ainda mais incontrolável. Ao contrário do que aparenta, o domínio das ações ali sempre foi do centro de poder sionista, isto antes mesmo da ONU aprovar a Resolução que criou os Estados de Israel e da Palestina, em 1948. A própria proclamação do Estado judeu se deu em 14 de maio de 1948, antes do fim do mandato britânico, previsto para 1º de agosto. As ações em Gaza não se dão apenas porque o premier Ehud Olmert ficou mal na fita depois das confissões do milionário norte-americano Morris Talansky de que o subornou durante anos, o que forçou a antecipação das eleições para 10 de fevereiro, com a possibilidade de vitória da oposição ultradireitista, encabeçada por Benjamin Netanyahu, do partido Likud. Nesse tormento, estão de acordo todos os cabeças da atual geração governante. Com isso, os 7 milhões e 200 mil israelenses, que são verdadeiras “buchas de canhão”, vão ter que decidir entre “o diabo e o coisa ruim”, embora Israel seja um país habilmente democrático, que assimila a seu modo as minorias e tem em seu parlamento alguns comunistas e representantes dos 70 municípios árabes do seu território. Da mesma forma, a ascensão do Barack Obama Hussein nos Estados Unidos parece virtualmente sob controle do sistema, no qual os judeus norte-americanos têm virtual hegemonia. Pode até ser que, às voltas com um monstruoso déficit público, o primeiro presidente negro queira dar uma enxugada na milionária ajuda a Israel. Cabeça de ponte Mas em julho passado, já sob fogo cruzado, o premier Ehud Olmert obteve de George Walker Bush a assinatura de um acordo para a destinação de 30 bilhões de dólares em ajuda militar a Israel nos próximos dez anos, um aumento de 25% em relação às verbas anteriores. O que levou de fato a uma inconsequente demonstração de força em Gaza foi o projeto expansionista dentro da mesma lógica do “espaço vital” dos idos de Hitler, na Alemanha e a sedução do petróleo, farto a partir de sua descoberta no Irã, em 1908. Há 80 anos, desde a criação das “colônias Rotschild” na Palestina, os judeus se dedicam a um meticuloso processo de usurpação do território árabe, prática iniciada pelas milícias terroristas do Haganá, Irgun e Stern, cada uma mais violenta do que a outra. Independente da busca da terra prometida e da fuga das perseguições antissemitas na Europa, os judeus embarcaram numa espécie de “corrida do ouro”. E não era para menos. O Oriente Médio, logo após a Primeira Guerra Mundial, já era o maior produtor petrolífero do mundo e, por isso, despertava o interesse das grandes potências. Assim, os países europeus, interessados no petróleo e na posição estratégica da região, passaram a dominar a área. Houve, então, uma partilha dos países do Oriente Médio entre França e Inglaterra, que passaram a dominar as empresas de exploração de petróleo. Para citar um exemplo, em 1926, a Irak Petroleum Company foi repartida entre Inglaterra, que detinha 52,5% das ações; França, com 21,25% e EUA, com 21,25%; restando ao Iraque somente 5%. Cerca de 90% da produção mundial passou para o controle de um cartel constituído por uma oligarquia de sete companhias petroleiras internacionais, conhecidas como as "Sete Irmãs", das quais cinco eram norte-americanas. São elas: Standard Oil of New Jersey, agora conhecida por Exxon; Standard Oil of California, agora Chevron; Gulf, agora parte da Chevron; Mobil e Texaco; uma britânica, British Petroleum e uma anglo-holandesa (Royal Dutch-Shell). Após a Primeira Grande Guerra Mundial, as "sete" formaram joint ventures para a exploração de campos petrolíferos estrangeiros. Para abafar escândalos No contexto recente, os governantes isralelenses estão ceifando milhares de vidas humanas apenas para abafar o escândalo de corrupção que envolveu o premier Ehud Olmert, o que forçou o preisdente Shimon Perez a convocar eleições antecipadas para 10 de fevereiro, as quais poderão favorecer o partido Likud, ainda por conta das denúncias formalizadas na Justiça contra o premier que ordenou os bombardeios agora. Olmert foi pilhado com a mão na massa, em abril passado, quando o milionário norte-americano Morris Talansky confessou que deu muito dinheiro a ele em troca de uns lucrativos negócios imobiliários em Jerusalém, quando o atual premier era o presidente da Câmara local. Além disso, ele é alvo de outras três investigações em transacções imobiliárias duvidosas e abuso de poder em nomeações, quando estava à frente do Ministério da Indústria e Comércio. Desmoralizado, Olmert foi desbancado do comando do seu partido, o Kadima, fundado por Ariel Sharon, pela ministra do Exterior Tzipi Livni, que disputa a indicação de premier pela coalizão governista com o general trabalhista Ehud Barak, aquele que se vestiu de mulher para infiltrar-se e matar líderes palestinos acusados de planejarem o assassinato de atletas israelenses nos jogos olímpicos de Munique.
A característica expansionista norteia a vida naquele país. Em 3 de janeiro de 2007, o Knesset ( Parlamento unicameral de 120 deputados) aprovou o orçamento de 295 bilhões de shekels (68 bilhões de dólares) para o ano findo. Desse total, 50 bilhões de shekels (11,3 bilhões de dólares) destinaram-se a gastos militares. Para 2009, o Executivo aprovou em 24 de junho de 2008 uma proposta orçamentária com previsão de 14,7 bilhões de dólares. Isso é mais do dobro do orçamento militar do Irã, tão acossado pelas potências ocidentais, que gastou em 2008 pouco mais de 7 bilhões de dólares, ou seja o equivalente a 108 dólares por habitante. No genocídio de Gaza, os governantes de Israel podem estar socorrendo a indústria de guerra, de que são sócios, mas vão debitar aos cidadãos israelenses e aos judeus de outros países uma conta salgada: os custos da ofensiva militar na Faixa de Gaza vão triplicar o déficit público previsto anteriormente. Analistas acreditam que o país deve gastar pelo menos 2,2 bilhões de shekels (cerca de US$ 560 milhões) por semana com a chamada “Operação Chumbo Grosso”, contribuindo para aumentar o rombo de 1,5% no ano passado para pelo menos 5% do PIB em 2009. Caso a batalha se estenda por mais algumas semanas, os custos podem ainda superar os cerca de US$ 2,8 bilhões gastos por Israel durante a campanha contra o Hezbollah, há dois anos, quando 30 mil soldados da reserva foram acionados e mais de 237 mil bombas lançadas em 34 dias de guerra no sul do Líbano. Os números mostram, ainda, que cada dia de ação militar custa cerca de 100 milhões de shekels (US$ 26 milhões), incluindo a manutenção de caças, helicópteros, tanques e canhões, além da convocação de milhares de reservistas e de indenizações a moradores do sul de Israel que tiveram casas e negócios atingidos pelos foguetes artesanais do Hamas. De acordo com a rádio Galei Tzahal, somente a convocação de reservistas deve custar aos cofres públicos pelo menos 50 milhões de shekels (cerca de US$ 13 milhões), já que o governo é obrigado a pagar aos reservistas convocados um salário calculado com base nos últimos três meses. coluna@pedroporfirio.com
Amanhã: “os dilemas da diáspora diante da ambiguidade de Israel”

4 comentários:

Anônimo disse...

Eles são entendidos em matéria de terrorismo.Agora entendo a posição do Klaus Barbie quando perguntado se não se arrependia por ter matado crianças na 2ª Guerra. Respondeu ele que não tinha arrependimento,pois a criança daqui alguns anos poderia apontar-lhe uma arma e nele atirar. Israel segue à risca o ensinamento do professor nazista, assassina crianças palestinas para não terem os cornos espatifados quando os jovens tiverem uma arma à disposição.

INTERCEPTOR disse...

Vamos por partes:

1) Naquelas paragens havia judeus e palestinos. Os dois grupos antes da fundação do Estado de Israel em 1948. No meu modo de entender a coisa, ambos os grupos mereciam ter seu chão naquele semi-árido. Mas, por diversas razões, a coisa degringolou. Se for lícito apontar culpados, em primeiro lugar está a Inglaterra que começou o processo de ocupação e transferência judaica e não o terminou. Em menor medida, a França que mais ao norte detinha a Síria e o Líbano. Estes dois países prometeram (e traíram) os árabes, terras e a formação de seus estados em troca do apoio na luta contra os turcos, aliados alemães na II Guerra Mundial.

2) Sim, está certo, o sionismo foi um movimento nacionalista judaico de matizes fascistas, tão ao gosto e a moda da época em que foi gestado e se desenvolveu. Não era diferente do que ocorria na Alemanha, na Itália ou no Japão. Ocorre que, sintomaticamente, nossa bem pensante e politicamente correta mídia ‘esquece’ de lembrar que os árabes também tinham no período seus movimentos nacionalistas. Que, como todo ‘nacionalismo’ porta fortes ingredientes xenófobos.

3) O Likud é uma agremiação fundamentalista, isto é, o pior tipo de política que se mistura com religião. Acontece que é a outra face de um movimento oposto, o do fundamentalismo islâmico que seja com o Hamas ou o Hezbollah consegue apoio dos árabes palestinos ou libaneses e sírios. O último com claro apoio do Irã que busca uma união muçulmana. Parece bonito e legítimo, mas ampliando o espectro de análise, este mesmo “bem intencionado” Irã apóia xiitas contra sunitas no Iraque muito antes dos americanos como estratégia expansionista. Só que diferentemente dos americanos, Teerã visa incorporação territorial no Iraque...

4) Diferentemente do autor do texto não vejo os israelenses como um todo-harmônico-judaico. Há uma parcela moderada que, em outras épocas levou Shimon Perez ao poder contra Netanyahu. Ocorre que com a intensificação dos ataques, o sectarismo do lado conservador teve sua chance e se impôs. Após tantas tentativas – orientadas por Clinton entre Itzhak Rabin e Yasser Arafat, o primeiro foi morto por um radical judeu. Ou seja, não haverá paz enquanto os radicais, de ambos os lados reitero, não forem perseguidos e presos, para dizer o mínimo.

5) Óbvio que Obama ajudará Israel. Mais do que os Republicanos, os Democratas estão no partido mais apoiado pela elite judaica. Os judeus não gostam de Ronald Reagans, Bushes e Cia. Estes são muito “de direita” para eles e o temor de algo como os movimentos nacionalistas, a la, “nacional-socialistas” (nazis) é um espectro que os ronda as consciências. Embora, os Republicanos sejam menos ‘coletivistas’ do que os Democratas. Acredito que há algo mais aí... O vínculo judaico com os bancos que os Republicanos perseguem quando põem o livre-comércio em risco, ao contrário dos Democratas, mais chegados num welfare state que amplia os poderes de estado e seus oligopólios. Quem pensa que o negão seria um terceiro-mundista é porque não conhece o mínimo de política interna americana...

6) Para Washington (algo além da querela entre Republicanos e Democratas), Israel é sua fiel escudeira em um tabuleiro com alianças instáveis. Mas, não existe ringue de box com um só lutador. Se formos analisar historicamente, da mesma forma que os EUA tiveram os seus aliados regionais, foi a URSS durante a Guerra Fria. Ambos apoiando ditaduras ou monarquias despóticas. Não há santos e não há revolução comunista ou democracia liberal que legitime, teórica ou praticamente, este tipo de desmando. O que ocorre é a velha Realpolitik em que os interesses de estado falam mais alto e mais forte que ideais bonitos no papel.

7) O lebensraum – espaço vital – foi criado por Friedrich Ratzel, geógrafo alemão muito antes de Adolf Hitler. Não é uma exclusividade nazista, não senhor. Vemos o mesmo princípio atualmente com o nacionalismo hindu ou com o talebã que persegue etnias minoritárias (não pashtun) no Afeganistão. Mais, na China contra o Tibet ou na Rússia contra o Cáucaso. E, claro, não seria diferente de tribos africanas, cada uma com seu nível de atrocidade. Seja um Idi Amin apoiado pelos britânicos ou um Mugabe apoiado pela antiga URSS. A longa guerra em Angola, p.ex., teve ingerência dos dois impérios, o russo e o americano. E la nave va... E, antes que eu me esqueça, até os cubanos são acusados pelos africanos...

8) O autor acusa as “grandes potências”, mas estas não extraíram petróleo da Palestina e Israel não tem suficiente para suas necessidades. Não há lógica nesta afirmação que poderia ser utilizada com outras regiões próximas, mas não em Israel. Como eu disse, a criação do “estado bi-nacional” foi uma péssima idéia inglesa seguida por uma péssima administração da ONU e, em meio aos ataques árabes, os judeus criaram seu estado só para si criando todo o problema. A questão é o que deveriam fazer? Voltar para a Europa Oriental? Embora, possível, não era viável e, sinceramente, ingênua para um povo que sempre perdeu e estava cansado de apanhar. Eles viram a “janela de oportunidade” se abrir na linha do tempo e a cruzaram. Para não mais voltar.

9) “Agem tal como os nazistas”... É uma afirmação recorrente, mas se observarmos a Liga Árabe os atacou em 1948, 1956, 1967 e 1973. Em todos estes conflitos, os judeus sobreviveram, resistiram e ganharam, com exceção da primeira em que não foi uma vitória no sentido militar, mas civil. Após o último ataque (externo) em 1973, a OLP passou a ganhar crédito internacional e ser ouvida com honras de corpo de estado. As negociações poderiam evoluir não fosse pelo radicalismo de ambos os lados. Ambos os lados...

10) Um detalhe importante: se palestinos se estrapavam sempre, os outros árabes não necessariamente. Com a última guerra ganharam uma enorme vantagem econômica se unindo e elevando (triplicando) o preço do barril de petróleo em 1973. Um meio econômico para se atingir um objetivo político se tornara um fim em sim mesmo.

11) O livre-comércio não se pauta mais nas “Sete Irmãs” e companhias árabes, através da OPEP são as maiores interessadas no petróleo regional. São elas que mandam hoje. A questão palestina não lhes diz mais respeito diretamente. Elas poderiam muito bem passar sem isto e sem se importar. Se ocorrem manifestações de apoio, não vão além de alguma verba de apoio aos refugiados e nativos que resistem em suas terras. Mas, ocorre que outro aliado importante dos EUA, contra o Irã, é a Arábia Saudita. Grande parte da Guerra do Iraque se explica por isso, divergências entre seitas muçulmanas que dominam estruturas de estado. Nisto, Israel e os palestinos são, para a maioria dos estados árabes, um problema, uma inconveniência que ninguém quer se envolver diretamente. Seja a Arábia Saudita, ou os aliados ocidentais Jordânia e Egito, antigos inimigos. E, nesta lista, o “novo aliado ocidental”, ex-apologista do terrorismo internacional, General Muamar Khadafi. Este, agora premido pelo desenvolvimento interno líbio trocou de lado. Interessante como são as coisas, quem te viu, quem te vê... Estas lideranças são hipócritas, pois não vão além de palavras de ordem, protestos formais e mera diplomacia. E olha que eles têm muito dinheiro se quisessem, realmente, fazer alguma coisa.

12) Ahmadinejad é outro que só ameaça, mas veja que na crise dos britânicos capturados no Golfo, não demorou a devolvê-los. Mais parece um típico caudilho latino-americano que muito fala e não faz nada. Só está em outro continente... E a Turquia ri com isto, pois disputa o poder regional contra os árabes. Nas nascentes do Tigre e Eufrates (que banha o Iraque e a Síria), suas represas servem também para reter a água deixando iraquianos e sírios na seca, caso precisem jogar com este poder contra seus inimigos (árabes). Na primeira Guerra do Golfo (em 1991) chegaram a por veneno nos filetes de água que corriam bacia abaixo para matar curdos e iraquianos, enquanto estes sob coordenação de Saddam Hussein utilizavam armas químicas e bacteriológicas contra os mesmos curdos. Interessante esta “união muçulmana”... E, moralmente, nem Turquia, nem Irã e nem a Síria têm crédito e superioridade, uma vez que tratam os curdos de modo pior do que israelenses tratam os palestinos. São os dois pesos e duas medidas... Eles exigem dos judeus, algo que eles próprios não dão a suas minorias: terra e autonomia. Se bem que o último quesito, Israel até que deu...

13) Sinceramente, o escândalo da corrupção envolvendo Olmert, caso não tivesse ocorrido não mudaria em nada a atual situação. Não vejo lógica nisto.

14) Mas, o autor, ao final de sua exposição reconhece que o Hamas atacou o sul de Israel, o estopim da atual crise. Só que não desenvolve o argumento a partir do fato. Fatos... Parecem pouco importantes quando se quer puxar a história lá de trás... Só que a história pode ser vista por vários ângulos porque tem vários ângulos. O que une todos nesta insanidade é que ambos os lados têm como premissa algo que deveria estar fora da política, a religião.

Anônimo disse...

Os judeus eram povos nômades vieram de fora. Mesmo considerando a mitologia judaica citada nos livros Gênese, Êxodo (1º e 2º livro do Pentateuco), os dois primeiros patriarcas vieram de fora, nenhum deles nasceu ou viveu na Palestina.

Abraão teria vivido aproximadamente entre (2000-1800 a.C), e teria nascido numa cidade chamada Ur dos Caldeus (nome atual, Tell el-Muqayyar), situada na margem direita do rio Eufrates, portanto, a sua pátria seria atualmente o Iraque.

Moisés teria vivido aproximadamente entre (1250-1170 a.C), nascido no Egito, onde viveu 40 anos, portanto era egípcio. Depois viveu mais 40 anos pela região do deserto. Nesta fase ele foi chamado para um bate-papo divino no Monte Sinai, onde recebeu os dez mandamentos, contudo Deus "esqueceu" de dizer onde exatamente ficava a "terra prometida", e por causa disto, Moisés morreu sem achar a tal "terra prometida".

A história secular (científica) estuda os fatos no contexto social, político, econômico e religioso. A política, a filosofia e a ciência em geral, são doutrinas que diferem da religião pela ausência de dogmas ou da fé, portanto, podem ser questionadas por qualquer pessoa ou grupo social e suas verdades podem ser reformadas, modificadas ou substituídas em qualquer tempo, desde que se comprove com fatos esta necessidade.

Na verdade, a política e a religião sempre andaram juntas. As igrejas e suas doutrinas religiosas (judaismo, cristianismo, catolicismo, e outras) foram e são mecanismos de poder exercidos na sociedade, tanto no passado quanto na atualidade. A doutrina religiosa é um conjunto de princípios baseados nos dogmas inventados e na fé, que servem de base a um sistema religioso representado pelas igrejas, que usaram a sua doutrina para fins políticos e para substituir a filosofia e a ciência em geral.

Ao longo da história isto aconteceu com o judaísmo, o cristianismo, o catolicismo, o islamismo, o protestantismo e outras religiões dai derivadas, inclusive fazendo valer a sua doutrina com grande violência. Foram fatos deste processo, as cruzadas, as inquisições, as "guerras político-religiosas", as cisma religiosas, etc.

A história da antiguidade mostra que diversos impérios conquistaram a região da Palestina, e quando isto acontecia os pequenos reinados tribais ali existentes eram atropelados quando ofecia alguma resistência. Isto aconteceu com diversos povos, incluindo os judeus que eram povos nômades. O judaismo, doutrina monoteísta formava uma espécie de cimento unificador das tribos judaicas, mas criava ao mesmo tempo problemas de convivência com outras povos que adotavam o politeísmo.

No Ocidente prevaleceu o Cristianismo católico, doutrina que a ferro e fogo substituíu todas as outras crenças, inclusive a dos povos nativos encontrados nas Américas. Implantaram estados teocráticos, onde imperava os imperadores e os papas. O Estado do Vaticano é uma teocracia, centro religioso e político, cujo regime é uma ditadura vitalícia exercida pelo Papa.

No caso do Brasil, a Igreja Católica somente veio ficar separada do Estado depois da 1ª República (1889), separação que vigorava mais em teoria do que na prática, tanto que os cultos afro-brasileiros continuaram sendo reprimidos pela polícia, durante bastante tempo.

Durante a escravidão se afirmava que os negros não tinham alma, teoria apoiada pela igreja. A ausência da alma abria o espaço para a livre exploração do negro, o tratamento cruel e os castigos. As Ordens eclesiásticas adotavam muitos escravos e lhes aplicavam castigos violentos, etc. Os donos de escravos podiam vender uma escrava e o seu feto, ou o feto separadamente, portanto antes mesmo deste nascer.

Atualmente, o que mudou foram os método que ficaram sofisticados, a mistificação através da propaganda de massa, em todos os setores da sociedade. No caso brasileiro basta verificar a chamada "bancada evangelica" com mais de 80 deputados no Congresso.

No início do século XX, na Palestina quase não existia judeus, estes estavam espalhados pelo mundo, basta ver os mapas e as estatisticas desta fase. O Oriente Médio foi palco de guerras em todos os tempos. Mas, entre a 1ª e 2ª Guerra, acirrouse as disputas das potências ocidentais em busca do petróleo, onde nações foram divididas artificialmente conforme os interesses estrangeiros.

Em 1948, a ONU cria o Estado de Israel, mas pressionada pelas potências deixou a Palestina desprotegida. Os judeus milionários não residem em Israel, monitoram tudo através da classe dominante local, que empurra a população para a guerra. Por outro lado, os árabes milionários, aliados aos ocidentais, exploram os seus povos em cada país de orígem.

Antes se acusava a "guerra fria", um eufenismo inventado para justicar as guerras entre os dois blocos econômicos. Atualmente, com a globalização a hegenomia das potências capitalista é total, mas agora falam em terrorismo para justificar tudo, assim vai ter sempre um motivo (...).

Atualmente, Israel é uma potência nuclear, único país da região que possui e domina a tecnologia de armas sofisticadas e de destruição em massa e tem como primeiro aliado os Estados Unidos, depois a Inglaterra e outras potências da Europa. Assim, a assimetria entre Israel e a Palestina é total em todos os níveis que se queira examinar.
Diante disto, evidentemente que o holocausto acontece agora do lado palestino.

Postado por Chico Cordel.

Marilda Oliveira disse...

Pedro Porfírio,! quanto conhecimento adiquiro lendo suas postagens oriundas de tanto conhecimento e saber; - é cruel sabermos que o valor econômico na maioria das vezes fica a frente do bem e do amor ao próximo, como mencionas e que eu também sei que é verdade! " as colônias Rothschild" ou eu digo, "a família Rothschild" quanta crueldade atingindo pessoas inocentes crianças com olhares sem sentido,sem entender, apenas as lágrimas rolando pelo rosto com o olhar de socorro, sem saberem que existe em algum outro lugar cidadãos do bem que não os maltrataria porque tem amor no coração. Saudações,http://marildacdeoliveira.blogspot.com