terça-feira, 14 de julho de 2009

A pior ditadura é a ditadura de democracia

Intimidades dos podres poderes
“Tirar Sarney significa abdicarmos da eleição da Dilma”
De um "companheiro" militante da base governista, indignado com a posição dos senadores do PT que ousaram criar embaraços ao presidente do Senado, novo herói do PT.
A pior ditadura é a ditadura da democracia. Escrevi esta frase para aprofundá-la há pouco mais de uma semana. Era madrugada e o seu silêncio me municia nas aventuras do pensamento e da busca de respostas nas profundezas do imponderável. Escrevi em empaquei. Queria dissertar sobre a ambiguidade encontrada em todos os atos, em todas as manifestações, em todas as atitudes que movem a sociedade humana. Mas empaquei. Daí ter passado uma semana sem digitar uma única palavra. Você não deve passar por isso porque, certamente, é um ente sadio. Eu não sou, confesso. Tenho o coração ferido pelas flechas da dúvida reveladora. A minha é uma dúvida motora. Sirvo-me dela como uma bendita vacina, uma paranóia indispensável. E não me culpo. Sei que é por aí que o mundo gira. Sei e provo. Tenho o cérebro em chamas como um vulcão em ebulição. Pode ser um caso médico, pode sim. Democracia é isso que está aí? Cheguei a desconcertantes conclusões que, por si, geraram outras tantas, em desacordo e em confronto. Assim, fiz-me um homem livre. À distância você pode me idealizar de todas as formas, belas e feias. Mas permita-me que, por algumas linhas, me tenha como referência dessa conversa de hoje. Não quero ser paradigma, mas essa montoeira de informações endoidece qualquer um. E o que é a doideira senão a chave da história? Não foi essa percepção que fez de Erasmo de Rotterdan, autor de “O Elogio da Loucura” em pleno alvorecer do Século XVI, o “príncipe dos humanistas”? Mergulho nessa cantata ao sabor da mais despojada imprudência. Não este é o som de um cotidiano açoitado pelos assaltos impunes que se perpetram à luz do dia aos cofres públicos e às consciências vulneráveis. As páginas e as telas se ocupam de uma novela tragicômica que fala de um país onde a perda do pudor compensa na alça do poder. Não há mais nada que me faça acreditar na regeneração dos próceres, dos que se deixaram seduzir pela luxúria e perderam todo recato, convencendo-me – e a muitos ainda pensantes – da inutilidade de um regime que se proclama expressão da mais saudável forma de poder. Esse é o problema. Por obra e graça do meu incorrigível distanciamento critico, começo a me perguntar se, de fato, no fundo, no fundo, não estamos todos sujeitos e expostos a uma grande fraude que o vulgo chamou de democracia. Sim porque, paciência, detenha-se em olhares mais amiúdes, sem essa de sujeição ao disponibilizado sob encomenda, e você terá a sensação de um grande logro. Onde quer que você alveje verá no mesmo espaço a superposição dos contrários ao que aparenta. Democracia, isso que está aí, esse embuste arrivista? Ou então a democracia não é bem o que se infere de sua etimologia. O que se contempla antes é a porca manipulação das normas e das instituições, feitas promíscuos valhacoutos onde o vale tudo a tudo submete. A fórmula da “ditadura democrática” Neste momento, essa democracia se presta a um exercício sofisticado da mais cínica ditadura. E uma fórmula tida como infalível pelos cérebros do sistema, devidamente remunerados pelos banqueiros da super-ong “Diálogo Interamericano”. Através da distribuição de migalhas que saciam milhões de famílias pobres, dispensadas do suor do rosto para obter o pão de cada dia, cria-se um grande curral, algo que representa o peso maior e mais homogêneo do eleitorado. É um capital eleitoral decisivo na escolha dos governantes, na medida em que a massa que labuta tem comportamento diversificado diante das urnas. Uma segunda camada, igualmente numerosa, é abocanhada pela adoção de políticas salariais focadas no crescimento de quem ganha menos. Desde 2003, o mínimo foi tendo reajustes superiores aos dos demais trabalhadores, como se estes fossem marajás e não precisassem recuperar o poder aquisitivo aviltado há décadas. Nivela-se por baixo, operando o entorpecimento dos aparentemente favorecidos por reajustes que os equiparam aos que tinham remuneração pouco superior. Temos aí outro celeiro de votos. Concentra-se uma parte dos investimentos públicos em obras de vitrine, que enchem os olhos, sobretudo, dos que não vão delas se beneficiar, mas são facilmente laçáveis pela perspectiva de um dia serem contemplados. No complexo do Alemão, estão gastando os tubos para fazer um teleférico com seis estações, de reduzido custo-benefício social. No entanto, a sua exibição ao vivo e a cores, quando estiver pronto, produzirá o deslumbramento necessário para a engenharia dos sonhos. Os ricos e a classe média, sempre assustados com a violência, verão que o governo olhou para os pobres e deles poderá cobrar a aceitação de sua sujeição social nos estratos subalternos, com a facilitação do expurgo dos transgressores que fazem casamatas em seus morros. Mais ingrediente para a sopa de votos. A corrupção como peça do poder Coopta-se a inteligência e amestram-se os núcleos do pensamento crítico. Aí as picaretas mais adequadas são as organizações não governamentais que profissionalizaram a solidariedade e assumiram funções governamentais sem os rigores da contabilidade pública. Em 2003, sabia-se de 25 mil ONGs. Hoje, pela última contagem, já passavam de 350 mil, todas de olho nos favores dos entes oficiais e das restantes empresas estatais. Com tantas ferramentas à mão, o chefe do governo pode muito bem dispensar o velho discurso basista do seu desfigurado partido e tirar do bolso do colete direto para a sua cadeira – ele já não sabe o que é um macacão – uma auxiliar que nunca disputou uma única eleição, que entrou em suas fileiras pela janela da traição aos 15 anos em que se beneficiou do brizolismo, quando este ainda tinha leite nas tetas. Quem tem esses instrumentos “democráticos” à mão não precisa recorrer a qualquer regime de força. E ainda pode pintar e bordar, na formação de alianças com o que há de pior em maus costumes, mas que pode fazer exatamente o trabalho sujo de que um governante precisa para garantir seu futuro e dos filhos, netos, bisnetos e gerações seguintes. Falei hoje apenas a fórmula da invencibilidade no Poder Executivo. Mas poderia tratar dos outros podres poderes, onde também o regime de direito é uma balela. E termino por hoje com a exposição do efeito mais trágico de tudo isso: pessoas que tiveram boas intenções na juventude fazem hoje o culto da convivência com a corrupção como se essa fosse condição para completar a alquimia do poder eterno. É pelo menos o que se infere de uma correspondência pública de um militante lulista, na qual ele diz sem a menor cerimônia a uma companheira: “CORRUPÇÃO É PROBLEMA DA POLÍCIA. NÃO É PROBLEMA POLÍTICO. Quem transforma corrupção em problema político é a MÍDIA GOLPISTA. Esse jogo NÃO NOS INTERESSA. TEMOS QUE REAGIR. Digo mais: DEVEMOS SIM, DEFENDER O SARNEY e IMPEDIR que ele se afaste ou renuncie COMO QUER A oposição e a CANALHA PETISTA DO SENADO QUE SE CAGA DE MEDO DA MÍDIA GOLPISTA”. coluna@pedroporfirio.com

3 comentários:

Leila Brito disse...

Caro Porfírio...

Que competente análise crítico-analítica. Parabéns!
Sim. Ao analisarmos a "DEMOCRACIA" vigente no país, entramos num verdadeiro LABIRINTO: onde está a saída?

E sabe qual foi o livro que me veio instantaneamente à memória assim que li o primeiro parágrafo desta sua fabulosa crônica? Ei-lo, em destaque:

OS PROTOCOLOS DOS SÁBIOS DO SIÃO.

Lá está a resposta ipsis litteris para todos os seus/nossos questionamentos, Porfírio (e você sabe disto), para todas as suas/nossas angústicas, para todo sua/nossa plerplexidade. LÁ ESTÁ A RESPOSTA CLARA; a verdade NUA dessa pseudodemocracia.

Convido a todos os frequentadores deste Blog, para lerem Os Protocolos dos Sábios de Sião. Basta acessar e fazer o download:

http://www.pdf-search-engine.com/os-protocolos-dos-s%C3%A1bios-de-si%C3%A3o-pdf.html

Este o único conteúdo informativo capaz de explicar a pseudodemocracia que estamos vivenciando no Brasil, e de nos possibilitar o entendimento com o qual você se debate, Porfírio, mas do qual você ENTENDE como poucos neste país: a compreensão da realidade enlouquecedora desta DITA Democracia que nos torna cada vez mais e mais escravos do SISTEMA.

Abraços,
Leila Brito

Anônimo disse...

NOSSA BELO ARTIGO VOCE ESCREVE DEMAIS E É REALISTAA!

Unknown disse...

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