domingo, 19 de julho de 2009

Antes que eu me esqueça: aos petistas decentes, com carinho

"Lula deixa uma grande frustração no que se pensava ser uma de suas maiores habilidades: a política partidária. Lula nada fez para evitar a desconstrução e a perda da autoridade moral do Congresso. Os partidos estão mais fracos e deteriorados do que antes da sua posse. E é papel do chefe de Estado fazer com que as instituições como o Parlamento sejam vigorosas".
Senador Tião Viana (PT Acre)
Antes de escrever qualquer outra matéria, gostaria de esclarecer alguns pontos suscitados a partir de comentários de alguns destinatários das minhas colunas. Falo especificamente de três petistas (ou simpatizantes) que criticaram minhas opiniões, escrevendo:
"Cara, você não cansa né?Gostaria de ver você atacando gente do naipe de Paulinho da Força e Geraldo Vinholi, será que estes não são caciques do seu querido PDT, partido que em São Paulo não passa de uma legenda de aluguel".Daniel Souza
"Durante dois anos, diariamente, vcs tentaram acabar com o PT e com o governo do presidente Lula, nada conseguiram. Vocês querem ocupar politicamente o lugar do PT, mas deveriam trabalhar para serem mais um partido de esquerda no Brasil e não têm capacidade para fazê-lo, por isso, se preocupam tanto com o PT. Os inimigos da classe trabalhadora não é o PT e sim o PSDB, DEM, os ruralistas, pecuaristas, latifundiários, banqueiros, etc. Sugestão: enquanto vcs. não se organizam, nem vão para o poder, que tal se preocuparem em bater, politicamente, nos representantes da burguesia"?
Eloísa Helena
"Por mim esta CPI não sai. Frase histórica do caudilho Leonel de Moura Brizola dita no processo histórico da instalação da CPI que viria a cassar o mandato do então presidente e pai dos CIAC,s, sugeridos por Brizola e todo o seu PDT.O mais interessante é que passados quase vinte anos esta frase ainda soa na minha cabeça como uma traição num momento histórico tão importante".
Demaclubdosoul
Preferia que o PT fosse coerente
Pelo respeito que devo a todos os que me escrevem, permito-me dizer:Preferia que Lula e o PT fizessem um governo progressista, focado nas suas antigas bandeiras. Governo que encarasse com coragem a necessidade de uma reforma agrária que fixasse milhões de sem terras no campo, defendesse a soberania nacional, assumisse a educação pública a partir das primeiras letras, como propôs Cristóvam Buarque, adotasse como estratégia o programa médico da família, questionasse as privatizações-doações, preservasse e avançasse nas conquistas sociais dos trabalhadores, optasse, como meio de enfrentar a pobreza, a abertura de alternativas de sobrevivência digna, pela existência de opções de trabalho, e desse combate exemplar à corrupção e ao tráfico de influência.
Preferia que o PT tivesse sido coerente: não pelo Lula, cuja verdadeira biografia ainda será conhecida um dia, quando seu enorme poder de mistificação e coação evaporar-se no tempo e no espaço. Mas pelos milhões de brasileiros que jogaram todas as suas esperanças no governo encabeçado por um ex-operário, ex-pau-de-arara, numa ruptura com toda uma tradição de governantes saídos das elites.
O Partido dos Trabalhadores, por seu histórico e pela votação recebida por Lula, teria condições de empreender uma mudança de grande alcance social, fortalecendo ao mesmo tempo os valores da nacionalidade, tal o potencial do Brasil, muitas vezes maior do que de outros países que registram avanços mais ostensivos.
Não pensava no papel carbono
Não podia imaginar que o governo Lula fosse exatamente igual ao do PSDB, com outro figurino e outros personagens. Desde aquele dia 12 de novembro de 2002, quando Lula foi recebido por Bush ainda como presidente eleito, começou a dar sinais de que iria trabalhar sob a tutela dos donos do mundo, opção que se tornou explícita com a manutenção da política econômica e até dos seus executores, que passaram a seguir a bússola do Sr. Henrique Meireles, ex-presidente mundial do Banco de Boston, que fora eleito deputado federal em campanha milionária no Estado de Goiás, justamente pelo PSDB.
A primeira preocupação de Lula, já presidente, foi patrocinar a segunda "reforma da Previdência" (a primeira foi de FHC), com a amputação de direitos e a minimização da aposentadoria para jogar os trabalhadores, principalmente os servidores públicos, nas malhas da previdência privada, tal como aconteceu com os planos de saúde. Com essa reforma, introduziu um patético estupro do direito: o servidor aposentado continua pagando para a Previdência, mesmo fora da ativa.
No decurso do seu governo, Lula foi se distanciando ostensivamente dos antigos discursos em função dos quais seu partido chegou ao governo da República. E foi assumindo claramente os velhos truques e os viciados expedientes dos governantes que combatia de unhas e dentes. As elites financeiras e o agronegócio nunca foram tão paparicados e protegidos. O patrocínio do ócio remunerado
O receituário adotado como forma de socorrer os enormes bolsões de miséria repetiu as fórmulas assistencialistas mais perniciosas, que vêm desde o "Programa do Leite", ainda na época de Sarney, passando pelas "ajudas" diversificadas no governo FHC, até chegar ao "Bolsa Família", um verdadeiro crime contra seus "beneficiários", cujo escopo essencial é criar um "exército de ociosos dependentes do poder público" convertido em massa de manobra de multiuso.
O governo que tem no PT sua espinha dorsal absorveu as teorias do poder predominantes desde que a República é República. Passou a ser apenas a ponta do iceBerg de um pacto político conservador e continuísta, operando sempre na direção da adequação do país ao sistema internacional, com o sacrifício dos direitos dos trabalhadores, cujas lideranças foram subornadas pela cooptação, e dos interesses nacionais.
Dentro desse acordo, não causa espécie que os principais Estados venham sendo governados por partidos de "centro" (PSDB e PMDB), o mesmo acontecendo com as capitais mais importantes. A preservação desse quadro já está sendo sinalizada com todas as letras, com a decisão de principalizar a candidatura de Dilma Rousseff a qualquer preço. Até mesmo na Bahia, onde o PT tem o governador, admite-se uma composição caudatária com o PMDB.
A desfiguração das práticas partidárias
O processo de escolha da sucessora de Lula afrontou a história de um partido que realizava discussões em várias instâncias antes de bater o martelo. A escolhida não é a candidata mais indicada para o PT, sob todos os aspectos, até pela total falta de experiência como candidata. E ainda poderá levar a uma acachapante derrota, no primeiro turno, em benefício do PSDB, como se ela tivesse sido imposta ao partido para facilitar o lado dos aliados históricos na social-democracia e no neoliberalismo.
Confinado, o PT jamais cogitou de discutir nomes como o senador Paulo Paim, um dos mais coerentes parlamentares da legenda, ou do senador Eduardo Suplicy, detentor de enorme bagagem e um grande crédito político: foi eleito e reeleito para o cargo em pleitos em que só havia uma vaga ao Senado, justamente no maior Estado do país.
Pelo conhecimento que tenho da história e pela própria vivência, ouso afirmar que causa mais danos ao povo brasileiro aquele que saiu de suas entranhas e pratica as piores políticas com o carisma de sua história, do que os neoliberais de carteirinhas. Ambos servem aos mesmos propósitos coloniais, mas o partido "dos trabalhadores" e o ex-operário beneficiam-se com as vantagens da identificação com o grosso da população, dominada pela expectativa inercial emanada do presidente "igual".
O presidente Lula não se conformou em seguir as pegadas de FHC na política econômica e no assistencialismo compensatório. Decidiu bancar as práticas desonestas e nocivas no exercício do poder, aliando-se a conhecidos delinquentes, aos quais tem emprestado o suporte de sua popularidade.
O mal de acolitar corruptos
Na hora em que passa a mão nas cabeças de corruptos pilhados em flagrante, Lula fragiliza o mandato popular e desmoraliza a própria democracia, causando uma enorme frustração nos segmentos informados da sociedade e transformando maus hábitos em fatos consumados para o conjunto do povo, que é estimulado a abrir mão dos valores morais e éticos, em nome de uma governabilidade parida no escuro das piores transas.
Dentro desse contexto, que poderei voltar a dissecar, parece mais salutar e mais consequente priorizar, para efeito de combate, aqueles que acabam prestando mais serviços ao sistema internacional e às classes dominantes justamente pela imagem pretérita e pela fantasia diabólica atribuída a seus adversários.
Esse combate a violências morais tão inimagináveis como o apoio a Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor deveria ser travado dentro do próprio partido que tanto se jactou do apego à ética e aos bons costumes.
Fechar os olhos ou procurar justificativas grotescas para tais desvios de conduta é contribuir para um enorme desserviço ao Brasil, ao seu povo e, em particular, a todo o chamado campo progressista, hoje afogado no mesmo mar de lama em que chafurdam larápios irrecuperáveis. Pense nisso, antes sacar de sua arma.
Vale a pena ver. Clique na foto

6 comentários:

gonzaga lopes disse...

Gostei muito da sua análise sobre o pt e o governo luna, é exatamente isso que penso, temos inimigos maiores mas é que estamos perdendo a oportunidde de fazer muito pelo Brasil, o lula com sua política integralista está atrasando o processo das reformas, se juntar com o que é de pior em nossa política isso é inacreditável, os males que está causando ao Brasil é enorme e é bem ao contrário do que esperávamos dele. Lula era um sonho e uma esperança para milhares de brasileiros principalmente de minha geração, mas tudo foi de agua abaixo, todas as esperanças e sonhos que tínhamos caiu por terra e hoje não mais acreditamos no seu governo, mas não confiamos no psdb nem no dem que são partitos de direita e do grande capital. Seu artigo sintetizou tudo que penso no momento, é isso aí migo Porfírio, continue, você tem muitos admiradores por esse Brasil, tenho certeza.

Jurema Cappelletti disse...

Pedro, lendo as antigas entrevistas e discursos (77 a 79), dá perceber como fomos ingênuos. Quando digo fomos, incluo jornalistas, repórteres, entrevistadores da época (exceto a Xênia Bier, que o colocou contra a parede na época, embora ele, como grande tapeador, tenha "se saído" melhor do era esperado).

A criação do PT, como um partido voltado aos trabalhadores, foi um engodo. Não passou de uma forma de Luís Inácio se lançar na política. Já naquela época suas mentiras e contradições eram gritantes, mas aparentemente ninguém percebia ou contestava. Talvez fosse a ressaca provocada pela ditadura militar.

O verdadeiro Luís Inácio está evidente em seu antigo falatório. E hoje tem tudo de que precisa para se impor: um povo ignorante, a política deteriorada, uma sociedade direcionadamente dividida (pretos X brancos, pobres X ricos, trabalhadores X patrões). É tudo de que um vaidoso-megalômano-autoritário precisa.

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