sábado, 22 de agosto de 2009
A pesquisa do Blog, o potencial de Cristóvan Buarque e a postura do PDT
o resultado da primeira pesquisa impõe uma rápida análise, que espero partilhar com você.
A meu ver, os 30 votos em Cristóvan Buarque resultam de alguns fatores:
1. Sua corajosa e cristalina atuação nessa crise imunda que está decretando a falência do Senado como instituição republicana.
2. O desejo de uma boa parcela do eleitorado de opinião de ter uma alternativa à bipolarização fabricada. No seu caso, trata-se de um professor de consistente experiência tanto no âmbito da Educação – como reitor e ministro – como na gestão governamental, como governador do Distrito Federal e Senador.
3. A necessidade histórica de sustentar um programa de governo baseado na educação pública de qualidade, sem dúvida o maior investimento que se pode fazer em um país de tanto potencial como o nosso.
LEIA MATÉRIA NA ÍNTEGRA EM http://www.porfiriolivre.com/
Sobre a a baixa participação na passeata do "Fora Sarney"
Eu gostaria de emitir alguns comentários sobre a sua impressão de 'fiasco' da manifestação 'Fora Sarney'.
Eu estou certo de que vc já alcançou os 60 anos; e eu estou igualmente bem próximo deste marco.
Uma outra segunda questão que creio nos aproxima: somos lutadores (incansáveis e honestos), no campo da política, há muitas décadas, e de décadas com características bem diferentes das 'recentes'. E a minha (e a sua) experiencia deveria ser suficiente para nao se surpreender.
Ser surpreendido por fenômenos socioeconômicos é sintoma de ausência de análise completa. É por esta razão que eu não me surpreendi nem um pouco com a diminuta participação - 'na rua' - deste protesto.
Eu ficaria provavelmente surpreendido se existissem milhares neste 'protesto' (estrábico - ver abaixo). E aqui então é que eu gostaria de convidar-lhe a uma reflexão: eu particularmente não concordei com o mote desta manifestação, e conheço muitas pessoas que igualmente não concordam.
Talvez eu possa ser tachado de radical, quica nazi-fascista, etc. (aliás, ao longo de minha longa militância eu já fui identificado com quase todos os ismos possíveis !) ... mas o fato incontestável é que a limpeza daquele antro de delinquentes - senado, câmara, e outras casas de tolerância semelhantes - não passa pela retirada - pura e simples - de apenas um dos delinquentes.
Aliás, sempre foi esta a estratégia dos democratas ... 'alguma coisa tem que mudar, para que tudo continue igual' ... O delinquente sarney acabou acertando quando afirmou: 'Mas por que somente eu? ... Todos aqui são responsáveis por estes atos e procedimentos' !! E esta e' a pura verdade.
Vou portanto oferecer a minha opinião (e de milhares de brazileiros*): Não basta um Fora Sarney! Este delinquente deve ser fuzilado em praça pública, juntamente com outros delinquentes da mesma espécie. E se não for possível ser fuzilado, pelo menos preso por alguns anos deveria ser (aliás, há muito tempo!!). Eu estou absolutamente convicto de que a opinião acima é de milhares de pessoas. Eu pelo menos conheço centenas que pensam assim.
Lula megalômano
Agora eu gostaria de unir as modestas opiniões acima com a sua coluna de hoje ... Vc bem acerta quando tenta sair do 'campo político' stricto sensu na análise do lula, para incluir reflexões psicológicas. E por que eu digo isto? Porque ao longo de décadas eu tentei analisar a sociedade brazileira* usando categorias bem nanicas vindas da sociologia, da política e da economia.
Como atualmente eu leciono (também) no instituto de psicologia, e estudo bastante tais fenômenos, acabei convicto de que os 'problemas brazileiros' não são 'sociológicos', nao são 'jurídicos', e nem 'econômicos': os principais 'problemas brazileiros' são 'psicológicos'.
O brazileiro médio-típico é um retardado mental (cientificamente designado, e não pejorativamente considerado). O brazileiro médio-padrão certamente é a única degeneração racial que permite o funcionamento de um heliponto (um heliporto) no CENTRO de um parque de diversões (no Rio de Janeiro - Lagoa), onde transitam centenas de crianças, etc.; onde as toalhas de certos bares - que ficam a poucos metros - são presas por ferros porque 'voam' todas as vezes que os helicópteros levantam vôo e/ou chegam.
O brazileiro padrão e' a única 'subespécie' (do sapiens) que permitiu um confisco generalizado de suas moedas/riquezas, SEM QUE QUALQUER RESPONSÁVEL POR ESTE CRIME TENHA SIDO PENALIZADO. Não ha registro na Historia de semelhante debilidade (em tempos de paz).
O brazileiro médio é a única subespécie que permite que um estuprador e assassino seja elleito - democraticamente (sic) - presidente, que depois seja 'impichado' (deveria de fato ser linchado) por corrupção, e depois vire senador e presidente de uma comissão de m... qualquer daquele p... que se chama senado.
Eu não ficaria nem um pouco surpreendido se este assassino e estuprador fosse atualmente o presidente da comissão de ética daquela espelunca. Não existem exemplos igualmente na História de tamanha barbaridade, debilidade e retardamento social.
Bem, nao vou listar todos os exemplos, pois a minha lista e' infindável e vc mesmo deve possuir uma outra lista kafkiana ... Tudo isto eu afirmei acima, somente para lhe dizer que, mesmo sabendo disto tudo, a minha tarefa - e creio que a sua também, pois o que vc faz diuturnamente e' igualmente tarefas de 'professor', e' continuar em linha reta, sem perder o norte jamais.
E ademais, a sua ou a minha participação nas ruas é secundária, pois processos sociais são plurais e não individuais. Eu, por exemplo, não fui à manifestação por vários motivos (embora a tenha divulgado para as minhas listas); se eu tivesse ido, eu iria ficar 'de longe', analisando, refletindo, etc., ... para onde esta indo a nova geração ... pois são as novas gerações que têm o bastão nas mãos ...
grande abraço
p.s.1: estou escrevendo de um computador anglófilo.!! portanto sem acentos
p.s.2: escrevo sempre brazil, etc com z por questões obvias; quando o brazil deixar de ser uma colônia (e de quinta categoria) eu certamente escreverei brazil com S.
*Murillo Cruz é professor concursado (Teoria Macroeconômica) (1977) do Instituto de Economia (IE-UFRJ); atualmente leciona no Instituto de Economia e no Instituto de Psicologia da UFRJ.
http://murillocruzfilho.blogspot.com/
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Lula cumpre apenas o script saído de um certo acordo de cavalheiros
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
No limiar da quinta catástrofe do Asimov

sexta-feira, 14 de agosto de 2009
O combate aos políticos corruptos passa pelo questionamento do voto eletrônico às cegas

domingo, 9 de agosto de 2009
O golpe nos trabalhadores que não está no “Caminho das Indias”

sexta-feira, 7 de agosto de 2009
A propósito da nota da OAB, pedindo a renúncia coletiva de todos os senadores
Presidente nacional da OAB, o advogado Cezar Brito quer uma atitude decente de todos os senadores
Com a responsabilidade de quem tem uma participação ativa nos momentos mais graves de nossa história, a Ordem dos Advogados do Brasil tornou pública a sua posição pela RENÚNCIA COLETIVA de todos os senadores. O documento, fundamentado por algumas das razões que me levaram a pedir a extinção dessa casa legislativa redundante, onerosa, desnecessária e nociva, diz com todas as letras: “A crise não se resume ao presidente da casa, embora o ponha em destaque. Mas é de toda a instituição - e envolve acusados e acusadores. Dissemina-se como metástase junto às bancadas, quer na constatação de que os múltiplos delitos, diariamente denunciados pela imprensa, configuram prática habitual de quase todos; quer na presença maciça de senadores sem voto (os suplentes), a exercer representação sem legitimidade; quer na constatação de que não se busca correção ética dos desvios, mas oportunidade política de desforra e de capitalização da indignação pública”. Como se vê, não estamos exagerando na dose. A OAB não toca na questão estrutural, existência de duas casas legislativas com funções semelhantes, mas o simples fato de pedir a renúncia de todos os senadores, sem exceção, oferece um diagnóstico conjuntural de grande alcance. Senadores sem brio e sem convicções É claro que esse apelo não será considerado nem pelos trapaceiros mais conhecidos. Quando um meliante como Renan Calheiros voltou ao controle do Senado depois de ter renunciado à Presidência em função de uma penca de denúncias irrefutáveis, é porque a casa está inapelavelmente decadente. É curioso observar que muitos desses senadores, detentores de mandatos em dobro, morrem de medo do sr. Luiz Inácio. É o caso do senador Eduardo Matarrazo Suplicy, que faz o gênero de bom moço, mas que amarela sempre nessas horas. Não entendo igualmente as omissões dos senadores Paulo Paim e Marina Silva. Esta, inclusive, começou a falar na possibilidade de trocar o PT pelo PV com a perspectiva de ser candidata à Presidência da República. Ou será que está apenas barganhando maior carinho do Palácio do Planalto? Para agravar, o decrépito presidente do Conselho de Ética (?),Paulo Duque, entrou na chicana, deliberando tornar secreto seu parecer que arquivou as representações pendentes para a abertura de processos contra o prior José Ribamar Sarney. Quem quiser conhecer oficialmente seu despacho, deverá esperar publicação no Diário do Senado: é mole ou quer mais? Segundo suplente sem um único voto e sem qualquer atuação anterior – ele assumiu o mandato com a eleição de Sérgio Cabral para governador em 2006 – esse velho “chaguista” é a marca de um Senado que se tornou senil e não justifica um níquel dos quase dois bilhões e setecentos milhões de reais que consome anualmente. Agindo como gigolô da crise Isso tudo está acontecendo, infelizmente, devido ao baixo nível e a qualidade medíocre de nossos parlamentares. Sem o mínimo de preparo e envergadura moral, vivem sob o domínio do Poder Executivo, certos de que vão precisar da máquina na hora em que vão disputar a reeleição. Daí terem razão os senadores Pedro Simon e Álvaro Dias sobre o envolvimento indevido de Lula em toda essa crise, da qual pretende tirar proveito, como é do seu feitio. Além do que disse Simon, vale registrar a declaração do tucano paranaense, que nesse caso está cheio de razão: "Há conexões entre as ações daqui e do Palácio do Planalto. Há participação ativa do governo nisso tudo. A questão eleitoral teve peso, a conquista pelo PMDB, a tentativa de mantê-lo com Dilma. Ele interferiu sempre, desde a eleição até mantê-lo na presidência na crise". Mais do que isso, a interferência de Lula, agindo como o dono do PT, que desfigurou inclusive na imposição do nome de Dilma, sem as costumeiras prévias, tem alvos mais graves. Além de desconstruir a CPI da Petrobrás, que esse Senado por si já não tinha condição nenhuma de investigar, o sr. Luiz Inácio investe na inviabilização do processo sucessório e no turvamento do ambiente político, com as piores intenções imagináveis. Na prática, ele está destruindo seu próprio partido e os aliados do “campo popular”, pelo descrédito disseminado. O PT se fez principalmente devido ao voto de opinião, mais influente nas eleições majoritárias (presidente, governadores e senadores). Neste momento, é cada vez maior o cordão de petistas envergonhados ou arrependidos. Cada vez mais difícil imaginar uma campanha dos seus próceres locais, subordinados ao que há de pior na vida pública brasileira. Difícil é saber aonde Lula quer chegar Essa conversa de que a “base aliada” deve abrir mão de tudo em favor da candidatura presidencial só ilude os mais ingênuos. Dilma Rousseff jamais disputou uma eleição. É antipática e, na verdade, extremamente vulnerável. Será muito desconfortável, por exemplo, que o PDT se incorpore de cara limpa à sua campanha. Além da postura entreguista que teve no Ministério de Minas e Energia, quando deu sequência aos leilões das jazidas petrolíferas, ela carrega o carma da traição a Brizola. Não era ninguém antes das oportunidades que teve no governo pedetista de Alceu Colares. Feita secretária pela segunda vez no governo petista por indicação do PDT, virou-lhe as costas quando o partido decidiu romper com o governador Olívio Dutra. Com outros arrivistas, inclusive o próprio filho de Brizola, João Vicente, trocou a legenda pela sinecura e ainda se filiou ao PT. Lula, que tem seus monitores de laboratório, não faz nada por acaso, apesar dos destemperos ocasionais. O que passa de fato por sua cabeça nem a própria Dilma sabe. A única coisa que parece evidente foi o gosto que pegou pelo poder. Um gosto que não tem limites. A Nota da OAB sobre o Senado Para o seu conhecimento, é o seguinte o teor da nota assinada pelo presidente nacional da OAB, em nome do seu Conselho Federal: "O Senado está em estado de calamidade institucional. A quebra de decoro parlamentar, protagonizada pelas lideranças dos principais partidos, com acusações recíprocas de espantosa gravidade e em baixo calão, configura quadro intolerável, que constrange e envergonha a nação. A democracia desmoraliza-se e corre risco. A crise não se resume ao presidente da casa, embora o ponha em destaque. Mas é de toda a instituição - e envolve acusados e acusadores. Dissemina-se como metástase junto às bancadas, quer na constatação de que os múltiplos delitos, diariamente denunciados pela imprensa, configuram prática habitual de quase todos; quer na presença maciça de senadores sem voto (os suplentes), a exercer representação sem legitimidade; quer na constatação de que não se busca correção ética dos desvios, mas oportunidade política de desforra e de capitalização da indignação pública. Não pode haver maior paradoxo - intolerável paradoxo - que senadores sem voto integrando o Conselho de Ética, com a missão de julgar colegas. Se a suplência sem votos já é, em si, indecorosa, torna-se absurda quando a ela se atribui a missão de presidir um órgão da responsabilidade do Conselho de Ética. Em tal contexto, urge fornecer à cidadania instrumentos objetivos e democráticos de intervenção saneadora no processo político. A OAB encaminhou recentemente ao Congresso Nacional, no bojo de proposta de reforma política, sugestão para que o país adote o recall - instrumento de revogação de mandatos, aplicável pela sociedade a quem trair a delegação de que está investido. Trata-se de instrumento já testado em outras democracias, como a norte-americana, com resultados positivos. O voto pertence ao eleitor, não ao eleito, que é apenas seu delegado. Traindo-o, deve perder a delegação. Não havendo, porém, tal recurso na legislação brasileira, prosperam discursos oportunistas, como o que sugere a extinção do Senado. A OAB é literalmente contra a extinção do Senado. O Senado não pode ser confundido com os que mancham o seu nome. Precisa ser preservado, pois é o pilar do equilíbrio federativo. Diante, porém, do que assistimos, a sociedade já impôs à presente representação o recall moral. O ideal seria a renúncia dos senadores. Como não temos meios legais de impor esse ideal - único meio de sanear a instituição -, resta pleitear que se conceda algum espaço à reforma política, senão para salvar o atual Congresso, ao menos para garantir o futuro. CEZAR BRITTO PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL”
Apenas a bola da vez de um regime de estelionatários políticos
Nesta quinta-feira, 6 de agosto de 2009, o Senado da República voltou a ser picadeiro de baixíssimo nível, assemelhando-se sem tirar nem por a um covil de bandidos dedicados à exposição da roupa suja no horário indevido. Antes de qualquer comentário, cumpre-me sugerir que tirem crianças de perto no caso de sintonizarem a Tv Senado. O deprimente tom das discussões é realmente impróprio para adolescentes e jovens, que podem ter a idéia do que uma Casa Legislativa é um antro de moleques boquirrotos e boçais. É realmente constrangedor dizer à meninada que aqueles colarinhos brancos de rabos presos são os mandatários incumbidos de produzir leis, fiscalizar o Poder Executivo e exercer a representação dos Estados. É dramático admitir que eles estão ali com a responsabilidade de consolidar o regime democrático, pelo o qual algumas gerações lutaram com o sacrifício de suas vidas e de suas carreiras profissionais. É patético aceitar que esse Legislativo teria por finalidade a maior responsabilidade na sustentação da democracia representativa. Com aqueles senadores, quase todos envolvidos em falcatruas e trapaças, os defensores das ditaduras não precisam dar um pio. O comportamento abjeto e suspeito dos detentores de mandatos estendidos de 8 anos, alguns sem a legitimidade de um voto sequer, oferecem o combustível necessário à explosão desse regime que não passa de uma grande farsa, uma fantasia envolta em falsos brilhantes. Sem chance de regeneração Neste momento, o pior que pode ocorrer ao cidadão brasileiro é imaginar que essa onerosa casa legislativa tenha salvação. Como eu escrevi ontem, o Senado brasileiro sofre de graves doenças congênitas. Nasceu sob o signo da impostura com o objetivo de garantir casa, comida e roupa lavada para uma meia dúzia de políticos egressos de governos locais ou caciques vorazes, aos quais se oferece um mandato em dobro com um custo só equiparado ao dos tribunais superiores: com mais de 10 mil funcionários à disposição e todo tipo de mordomia, cada senador representa um gasto per capita diário de R$ 91.000,00, que teria melhor uso nas deficitárias rubricas de educação e saúde. Esse parlamento desqualificado, em que pontifica um líder alijado da presidência como forma viciada de poupar-lhe o mandato - apesar de pilhado em todo tipo de trapaças - não vai se regenerar porque ele reflete o sistema manipulado pelas elites, onde a dominação de classe é sustentada pela alienação deliberada do povo e pelo cultivo de expectativas individuais, de ilusórias inspirações fratricidas. Esse altar da mediocridade, da boçalidade e da corrupção faz o gosto dos interesses econômicos apátridas, aos quais o presidente Luiz Inácio se rendeu e sob cuja tutela, como um mamulengo assumido, joga com sua imagem empática e sua abusiva capacidade de cooptação, inclusive para dar proteção à súcia que enlameia a chamada Casa Alta do Parlamento brasileiro. Não há como imaginar que o circo do Senado Federal exista à margem de um contexto permeado pela ascensão de estelionatários políticos, carreiristas e arrivistas sem qualquer compromisso com as instituições republicanas. Poderes nivelados por baixo Infelizmente, em função de um ambiente despolitizante, do vazio preenchido pela mistificação, o cinismo, a hipocrisia, a barganha, o suborno e a mentira, que não poupou nem os estudantes, o que foi lamentado inclusive em nota do Clube Militar, assinada por seu presidente, general Gilberto Figueiredo, nada de patriótico e ético pode se esperar de uma casa legislativa em nosso país. Vale reconhecer, no entanto, que a qualidade moral e política dos senadores não é diferente da registrada em todos os podres poderes. A sociedade cometeu o grave erro de deixar que a vida pública seja prerrogativa exclusiva de políticos profissionais inescrupulosos, que gastam fortunas em campanhas eleitorais e exercem mandatos com a preocupação de compensarem os “investimentos”, na caça a todo tipo de vantagens, ao som de uma balada macabra de consequências abismais. Enquanto os mandatários tratam de meter a mão no que encontrarem, o exercício da política econômica passou ao controle dos banqueiros, através do Banco Central e a feitura das leis foi transferida para o Judiciário, sob o império da hermenêutica. O processo eleitoral tornou-se um jogo sujo de cartas marcadas. Os partidos grandes têm mais espaços na propaganda gratuita e recebem mais dinheiro do fundo partidário, tornando heróica a campanha dos menores, como se no regime de direito existissem legendas de primeira, segunda e terceira classes. Como se o espectro partidário estivesse sujeito a hegemonias programadas, que conservam o PMDB, uma legenda sem compromissos, sem caráter, sem líderes nacionais e sem apelo como o maior partido do país, apesar da desmoralização pública assinalada. Urnas que facilitam a impostura As urnas passaram a ser verdadeiras caixas pretas, imunes a qualquer tentativa de conferência. Agora mesmo, o chefe dessa megafraude política, senhor dos anéis e da caneta, oferece ao sistema eleitoral suspeito a garantia de que vetará qualquer tentativa de estabelecer a impressão do voto para eventual conferência, fazendo os gostos das raposas que se perpetuam nos podres poderes sabe Deus como. É bom que se diga que a revogação da impressão do voto, resultante de uma Lei aprovada em 2002, foi uma das primeiras providências do Sr. Luiz Inácio tão logo assumiu a chefia do governo. Enquanto isso, a Justiça Eleitoral limita a algumas cidades o sistema de identificação biomédica (urnas com leitura digital), optando por uma solução cara, quando uma tecnologia barata garantiria a aplicação desse controle em todo o país já no próximo pleito, à semelhança do que acontece na Venezuela,. Por onde quer que se olhe o exercício da vida pública no Brasil é flagrante o processo de distorção que faz da nossa democracia um grande logro e produz essa laia de políticos corruptos, canalhas e inescrupulosos. O Senado que nós vemos, e que precisamos extinguir por desnecessário, oneroso, redundante e nocivo, é apenas a bola da vez nessa sequência indecente de afrontas à dignidade dos cidadãos brasileiros. Porque, em verdade vos digo: os poderes dessa falsa democracia estão tão degenerados que sempre haverá um escândalo para o consumo da mídia e o desencanto de um povo, instado deliberadamente a ficar de fora “para não se misturar com porcos”. coluna@pedroporfirio.com
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
A morte do Senado e o nosso grito parado no ar
