terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sob o signo da dúvida, sem perder a esperança jamais

“Os gastos militares dos Estados Unidos - líder do ranking, seguido de Grã-Bretanha, França, China e Japão - chegaram a US$ 528,7 bilhões em 2006, quantia equivalente a 46% do conjunto dos gastos militares no mundo”. Relatório anual do Instituto Internacional para as Pesquisas sobre a Paz de Estocolmo (Sipri) Dê no que der, a ascensão do negro havaiano Barack Hussein Obama à Casa Branca já documentou um câmbio profundo na cabeça do povo dos Estados Unidos da América. O que acontecerá a partir de hoje, após o feriado que reverencia o pastor negro Marthin Luther King, vai depender das circunstâncias que envolvem o mundo capitalista na mais aguda hora da verdade, cuja matriz é o outrora esfuziante e festejado sistema sediado em Wall Street. Ao escolher o carismático senador que emergiu do “baixo clero” há menos de um lustro, o eleitor norte-americano renegou antigas canções, desprezou velhos mitos e ainda desconjurou exemplarmente a paranóica administração de guerra alimentada pela indústria bélica que sempre teve nos Bush bem remunerados e fiéis escudeiros. A gestação política do filho e enteado de muçulmanos se deu no ventre da apologia da guerra como surrada arma de dominação de um mundo que não se resolveu com o fim da bipolarização entre dois modelos de Estado. Como soi acontecer, o desmoronamento do bloco sob hegemonia da extinta União Soviética irradiou-se entre os países ocidentais, prisioneiros de uma economia alicerçada no fabrico de artefatos bélicos. Os oito anos de George Walker Bush elevaram aos píncaros os níveis de adrenalina de um povo que internalizou direcionados sentimentos de confronto. À falta de pátrias a derrotar como ingredientes de vidas mentalmente dosadas, o sistema elevou uma meia dúzia de fanáticos e alguns governos desaforados ao status de ameaças terríveis à segurança nacional dos Estados Unidos da América. Obama surgiu na senda das “recorrentes” ações afirmativas que produzem efeitos indolores nos tecidos sociais. Ele não foi apenas um pretendente audacioso ao comando da ainda maior potência mundial. Antes, até mesmo pelo jogo baixo dos seus adversários, que chegaram a questionar sua certidão de nascimento, seu nome ganhou lastro na catarse que contaminou uma sociedade punida pela conversão da informação em condimento da indústria do entretenimento, da hipocrisia e da idiotice. Uma nova carta de intenções Dê no que der, Barack Hussein Obama é uma nova carta de intenções assinada por milhões de desiludidos, a maioria dos quais optou por ele muito antes da débâcle dos portentosos, que saíram de pires nas mãos pedindo uma ajuda pelo amor de Deus ao erário que sempre desprezaram, não obstante o hipertrofiado déficit de 1 trilhão de dólares que sujeita o tesouro do Tio Sam a perigosos negócios no mercado de títulos públicos. O filho de um neurótico queniano tem nas mãos, a partir desta terça-feira, 20 de janeiro de 2009, mais do que o desafio de uma sociedade em que milhões de cidadãos, pretos e brancos, passaram a conviver com a paranóia da incerteza. O sistema treme nas pernas e ninguém sabe como sair dessa enrascada sem rasgar o véu. Ao contrário de quebradeiras pretéritas, essa de agora fez-se multinacional, causando perdas e danos tão clamorosas que até os catadores de papel no Brasil foram duramente golpeados pela queda dos preços dos recicláveis. Obama assume num dia de festa e dúvidas. Ele ainda encarna os resíduos de esperança que são lenitivos de americanos da beira às profundezas do abismo. Ainda floresce como o irmão-coragem que sustará o abuso da indústria de guerra e sentará à mesa com os mais amaldiçoados dos novos “inimigos perigosos” fichados pelo Pentágono, Cia e similares. Mais é preciso multa calma nessa hora. Numa circunstância como essa, o mundo vira um grande alçapão onde toda lógica é exercitável. O presidente do “câmbio” proclamado tem paradoxalmente poucas e muitas saídas. Às voltas com a maior taxa de desemprego das últimas décadas e com um amargo clima de sonho finado dentro do seu país, herda também a pasmaceira de uma política externa pueril, cujas marcas expostas mais irresponsáveis e desgastantes são o endosso incondicional ao jogo pesado de Israel e a desastrada invasão do Iraque. Quando tudo é possível Tudo de bom e de frustrante pode-se esperar do novo morador da Casa Branca. Em nenhum país do mundo o câmbio real ocorre pela simples percepção de um líder. Numa sociedade corrompida pelas vantagens de superfície que satisfazem seus sonhos de consumo quem decide, mesmo, permanece à sombra com seus olhos azuis e seus dentes afiados. A mudança real só acontecerá se, como parece à distância, o sistema desligar os aparelhos pelos quais respira hoje. Quem quiser dar palpites sobre o governo que se instala ao norte do equador, quando um frio polar se contrapõe às chamas ardentes dos peregrinos da nova esperança, não pode perder de vista que o afro-descendente é, antes de tudo e por tudo, um fervoroso cidadão dos Estados Unidos da América. Pelos cordéis de que disporá como titular de um país ainda poderoso, só nos resta torcer para que o recado das urnas se materialize com a devida brevidade. coluna@pedroporfirio.com

2 comentários:

Anônimo disse...

A esperança é a última que morre....

Mr. Obama fará um bom governo para os estadunidenses.

Quem tem de defender os interesses do Brasil são seus governantes que, até esta data, excetuando Getúlio Vargas, tem sido gananciosos, aculturados, e, consequentemente, entreguistas.

Assim como Getúlio Vargas criou a Petrobrás, para o petróleo, o Presidente Lula deveria criar a Empresa Brasileira de Agroenergia - EBA, para as energias renováveis e limpas de origem vegetal.

O Brasil é rico em Sol, em Água, em Terras Cultiváveis, mas, é pobre em governantes nacionalistas.

"AS BIOMASSAS SÃO NOSSAS !!!???"

John disse...

coach factory outlet
nike running shoes for women
chanel bags
louis vuitton
cheap toms
p90x
abercrombie outlet
ray ban sunglasses uk
cheap oakley sunglasses
ralph lauren outlet
louis vuitton outlet
chanel outlet
louis vuitton handbags
discount jordans
michael kors outlet
louis vuitton
chanel handbags
michael kors outlet
christian louboutin shoes
canada goose outlet store
hollister clothing
abercrombie and fitch
louis vuitton outlet
cheap nfl jerseys
louis vuitton
uggs outlet
uggs on sale
uggs outlet
michael kors handbags
north face
louis vuitton purses
ugg sale
toms wedges
discount ugg boots
coach factory outlet
coach factory outlet
tory burch shoes
coach outlet
ugg boots for women
2016120yuanyuan